Às vésperas de mais um clássico decisivo, Atlético e Paraná fazem uma prévia do confronto esta noite, no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da Federação Paranaense de Futebol. Está marcado para hoje o julgamento dos incidentes registrados no jogo do último dia 16, quando o Tricolor derrotou o Furacão por 1 a 0, na Baixada.
O resultado no tapetão pode prejudicar os rivais na reta final do Paranaense 2008. O Atlético corre o risco de perder até três mandos de campo e o Paraná pode ficar sem o meia Cristian por até dez jogos. O presidente do Rubro-Negro, Mário Celso Petraglia, e o árbitro da partida, Maurício Batista dos Santos, também estão denunciados.
Para não ficar longe da Baixada nos jogos decisivos da 2.ª fase do estadual, o Atlético ainda busca pelo torcedor que arremessou a bala (doce) que atingiu Cristian, quando o meia tricolor se preparava para bater um escanteio. O clube publicou em sua página oficial na internet fotos do suposto autor do arremesso e pede que ele se apresente espontaneamente ao clube.
?O CAP, na qualidade de vítima do incidente, está oferecendo ao torcedor a oportunidade de reparar os prejuízos que seu gesto vem causando ao seu time do coração. Identificando-se, o torcedor facilitará a comprovação do caráter inofensivo do objeto e auxiliará a defesa do clube?, pede o Atlético em seu site.
Mas o advogado Domingos Moro, que defende o Furacão no caso, acredita que o clube pode escapar de uma punição mesmo se não encontrar o torcedor. ?Estamos procurando ele de todas as maneiras. Se não localizarmos, vamos mostrar que o clube está fazendo tudo o que é possível para reprimir esse tipo de atitude?, afirma.
Cristian, que foi atingido pela guloseima, também foi denunciado pela procuradora Manuela Garcia. Ela entendeu que o meia teria exagerado ao cair no chão com as mãos na cabeça e teria simulado uma contusão mais grave. ?Se ele foi atingido, não pode ter havido simulação. Cada um reage de uma maneira?, defendo o advogado do Paraná, Itamar Cortês.
Omissão?
Quem também está ameaçado é o árbitro Maurício Batista dos Santos. Ele foi denunciado por não relatar em súmula o incidente com Cristian e nem as ofensas que teria recebido de Petraglia, no intervalo da partida.
Áudio capitado pelas emissoras de rádio registraria o momento em que Petraglia teria chamado o árbitro de ?ladrão?. ?Para haver uma ofensa, é necessário que existam três coisas: a ofensa, o ofensor e o ofendido. Se um deles não existir, não há ofensa. Vamos procurar saber por que o árbitro entendeu que aquilo não se referia a ele, nem se sentiu ofendido?, diz Moro.
Preliminar
O TJD terá mais uma confusão para julgar. O jogo entre J. Malucelli e Toledo (2 a 2), no dia 12, terminou em pancadaria no Janguitão, em Curitiba. O volante Carlinhos, do Jotinha, e o goleiro Oliveira, do Toledo, foram denunciados por agressão física e podem pegar até 540 dias de suspensão. O supervisor do Jota, Rui Wisniewki, está enquadrado em dois artigos e pode pegar até 900 dias de gancho.
Punição não prevê portões fechados
Mesmo que seja punido no julgamento de hoje, o Atlético não corre o risco de jogar sem a presença da torcida. Ao contrário do que acontece no Brasileirão, no Paranaense os clubes punidos com perda de mando de campo devem jogar em outra cidade, com venda normal de ingressos.
A norma está no Regulamento Geral das Competições da Federação Paranaense de Futebol (FPF) para 2008 e segue o mesmo modelo adotado nas competições nacionais até 2005. Em 2006, a CBF alterou a regulamentação, exigindo que os clubes punidos atuem com portões fechados. Mas a mudança não foi adotada pela FPF.
Assim, se for punido na noite de hoje, o Atlético terá que indicar um estádio, fora de Curitiba, para mandar de um a três jogos que o clube está ameaçado de perder o mando. As opções mais próximas para o Furacão seriam os estádios do Pinhão (Xingu), em São José dos Pinhais, e o Caranguejão, em Paranaguá.