Demorou, mas surgiu a primeira confusão do Campeonato Paranaense. E logo com o destaque da competição até agora, o atacante Getterson, do J. Malucelli, artilheiro do Estadual com três gols. A situação é até prosaica para um time prezado pela organização como o Caçula, e pode tirar dezesseis pontos da equipe.
A história é simples: Getterson entrou em campo nas três partidas do Jotinha, contra Cascavel, Foz e Cianorte. Só que o nome dele só foi publicado no Boletim Informativo Diário da CBF na segunda-feira (6), depois dos jogos serem realizados. Emprestado ao FC Dallas entre 4 de julho e 31 de dezembro do ano passado, Getterson tem contrato até dezembro de 2018. Depois que o vínculo dele com a equipe americana terminou, no entanto, ele só estaria liberado para atuar a partir da inscrição no BID, o que não aconteceu.
Pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva, se Getterson for considerado irregular pelo TJD, o Jotinha perderia os sete pontos conquistados nos três jogos, além dos nove pontos referentes às partidas. Por isso o total de dezesseis, deixando o Caçula com nove pontos negativos. “Vamos analisar a documentação, algo que justifique isso (a utilização do jogador). Mas a princípio é o BID que define isso”, explica o procurador-geral do TJD, Gilson Goulart Júnior.
Ele é o responsável por analisar o caso, e promete uma posição rápida sobre a situação de Getterson. “A documentação chegou ontem (quarta). Vamos avaliar e até segunda-feira (13) isso vai estar protocolado. Se entendermos que existe irregularidade, haverá denúncia”, afirma o procurador. O advogado do Jotinha contesta a possível irregularidade. “Na verdade fomos até surpreendidos com essa informação porque ele tem contrato publicado desde junho de 2016, quando renovou até o fim de 2018. Por enquanto não fomos notificados de nada. Ao nosso ver não existe nada errado”, garante Marcelo Contini.
De olho
Dependendo do artigo em que a denúncia do TJD for enquadrado (e se houver denúncia), os times que enfrentaram o Jotinha podem se habilitar como terceiros interessados no processo. Pelo menos Cascavel e Foz do Iguaçu já indicaram que ficarão de olho no caso. “Vamos ver no que será embasada a denúncia. Se for no artigo 214 do CBJD, por exemplo, automaticamente vamos entrar”, promete o advogado Nixon Fiori, que representa a Cobra e o time da Fronteira.
O artigo citado fala em “incluir na equipe ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta que não tenha condição legal de participar de partida, prova ou equivalente”. “Ficar como terceiro interessado nos dá o direito de, se entendermos que o mérito não foi julgado corretamente, podemos recorrer”, argumenta Fiori, que não descarta brigar pelos pontos das partidas para seus clientes.
Conturbado
Getterson vive um período de polêmicas. Antes de ir para o FC Dallas, ele estava acertado com o São Paulo, por conta do ótimo Paranaense que fez ano passado. Mas torcedores descobriram mensagens antigas dele nas redes sociais usando adjetivos pejorativos do clube. Isto levou a diretoria do tricolor paulista a desistir da negociação.