TJD adia, de novo, julgamento do Beltrão

Ficou para a semana que vem o julgamento que pode mudar os rumos do Paranaense de 2006. Segundo o presidente do TJD, Bôrtolo Escorsim, o tribunal deve se reunir em uma sessão extraordinária para julgar o recurso interposto pelo Engenheiro Beltrão, que pleiteia a permanência na primeira divisão.

"O Engenheiro Beltrão foi intimado na sexta-feira para se manifestar. Como eles têm um prazo de 48 horas antes do julgamento para dar a resposta, não vai haver tempo para julgar na quinta-feira. Por isso, vou convocar uma sessão extraordinária para a semana que vem", disse Escorsim à Tribuna.

O clube do Noroeste do Estado usa o Estatuto do Torcedor para tentar continuar na Série Ouro do estadual. Os advogados do Engenheiro entendem que a Federação Paranaense de Futebol (FPF) descumpriu o parágrafo 5.º do artigo 9.º do Estatuto: "É vedado proceder alterações no regulamento da competição desde sua divulgação definitiva, salvo nas hipóteses de: I – apresentação de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano subseqüente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte – CNE; II – após dois anos de vigência do mesmo regulamento, observado o procedimento de que trata este artigo". No entendimento do Engenheiro, a FPF não poderia alterar em 2005 o regulamento do ano anterior, que previa a disputa de um "torneio da morte" para definir os rebaixados para a Série Prata. No estadual deste ano, o clube foi o último colocado do Grupo A e caiu para a segunda divisão ao lado do Império, pior equipe do Grupo B.

A visão do clube já foi rejeitada 3.ª Comissão do TJD, que deu ganho de causa à FPF. Agora, o recurso do Engenheiro será julgado pelo Tribunal Pleno.

Bruxaria

O presidente do TJD deve encaminhar hoje à promotoria do tribunal o inquérito do auditor Paulo César Gradella Filho, que indicia o presidente da FPF, Onaireves Moura, e mais três atuais e ex-dirigentes da federação por envolvimento com um suposto esquema de manipulação de resultados.

Depois que receber o inquérito, a promotoria vai analisar se existe ou não indício suficiente para denunciar os acusados. Se for mesmo denunciado e posteriormente condenado pelo TJD, Moura pode pegar até quatro anos de suspensão.

Assembléia recua e CPI dos Bruxos só sai em 2006

O início das atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a corrupção no futebol paranaense ficou para o ano que vem. A criação da CPI dos Bruxos foi aprovada pela Assembléia Legislativa no dia 10 de outubro, por proposição do deputado Barbosa Neto (PDT), para investigar as denúncias que culminaram no afastamento de oito árbitros e dirigentes de clubes e da Federação Paranaense de Futebol (FPF).

Segundo Barbosa Neto, ainda falta a indicação dos membros da CPI por parte das lideranças partidárias. Como a Assembléia deve entrar em recesso no próximo dia 15, não haveria tempo para o início das atividades ainda em 2005. "O presidente Hermas Brandão diz que não vai haver tempo hábil para se aprofundar nas investigações este ano. Deve ficar para janeiro ou fevereiro do ano que vem", disse o deputado à Tribuna.

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