Ex-xerifão alviverde se despediu no treino de sexta-feira. |
A história dele no Coritiba já acabou. O zagueiro Pícoli despediu-se do clube na sexta-feira, quando do último treino da temporada. Ele quer novos desafios, e não esconde a mágoa com algumas declarações dadas logo após a derrota para o Gama, quando foi responsabilizado pela eliminação no brasileiro. Mas ele prefere não falar sobre isso, querendo levar o lado bom dos dois anos e meio no Alto da Glória, como conta nesta entrevista ao Paraná-Online.
Paraná-Online No início da pré-temporada, você admitiu que seu ciclo no Coritiba estava acabando. Já acabou?
Pícoli Acabou. A vida é assim, principalmente no futebol. As coisas se encaminharam dessa maneira, e tenho a sensibilidade de perceber que é hora de tomar algumas decisões. Meu ciclo no Coritiba terminou, e o balanço que eu faço é positivo, principalmente em função das dificuldades que o clube está passando. Foi uma pena pegar esse momento do Coritiba, mas levo muitas coisas boas.
Paraná-Online Você sempre disse que não sairia do Coritiba se não fosse campeão. O que o levou a antecipar essa saída?
Pícoli A chance de disputar outras competições, em um clube diferente, com no mínimo a mesma estrutura do Coritiba. Sempre falei isso, e essa é a grande mágoa que levo: não ter conseguido conquistar algum título, até porque vejo o Coritiba tendo sempre que brigar por títulos.
Paraná-Online Você leva alguma outra mágoa do clube?
Pícoli Não. E mesmo que houvesse eu seria cauteloso em falar, porque não é do meu feitio sair falando. Eu direcionaria isso para quem realmente estivesse me chateando, conversaria com quem fosse necessário conversar. Essa é a minha postura, e nesse tempo que estive aqui sempre encarei as coisas com a mesma maneira, até mesmo com vocês da imprensa que me procuravam para que eu falasse sobre algumas situações. Você percebe quando eu fico chateado, meu semblante mostra o que estou sentindo. Procurei sempre ser sincero, principalmente porque respeito muito o clube.
Paraná-Online Você sempre colocou a cara para bater. Você acha que isso prejudicou?
Pícoli Acho que isso ajuda no desgaste, mas isso não foi inconsciente. Procurei até fugir de algumas situações quando cheguei ao clube, tentando ser profissional na essência da palavra. Eu tive algumas situações parecidas no Juventude, quando me expus muito, mas isso por característica.
Paraná-Online Você virou torcedor do clube? E Curitiba?
Pícoli A cidade já foi adotada por mim e por minha família, e não vou esquecê-la porque estou indo para mais longe. O tratamento que tive aqui, e pela oportunidade que tive de defender o futebol paranaense, fico muito orgulhoso de ter vivido aqui. Quanto ao Coritiba, mais uma vez eu envolvo o lado emocional. Tive uma convivência maravilhosa com os meus companheiros criados no clube, com os funcionários, os dirigentes, os torcedores. Não tenho o que falar da torcida, que me apoiou sempre, até nos momentos mais difíceis, como aquele da cirurgia. Meus filhos adoram o clube. O que é que eu posso falar de um time como o Coritiba? Tenho que agradecer a possibilidade que eu tive de jogar aqui. E a vida vai seguir, preciso trabalhar bastante ainda, e quem sabe eu não volte aqui um dia?