As vaias da torcida nas últimas partidas na Baixada foram assimiladas pelo meia Evandro, de 19 anos. Titular nos quatro jogos do Atlético pelo Campeonato Brasileiro, o jogador admite que não vem rendendo tudo o que sabe e que as críticas são justas. Situação que pode até custar a vaga na equipe para a partida de domingo contra o Santa Cruz. Por isso, ele promete trabalhar mais para se manter entre os escolhidos de Givanildo de Oliveira, voltar a jogar bem e tirar o Furacão da crise.
?Sei que não estou correspondendo como no ano passado, acho que não estou conseguindo jogar muito bem, mas não estou deixando de correr, não estou deixando de ter vontade?, admite. Para ele, levar vaia, por isso, atrapalha ainda mais o desempenho em campo, mas é preciso saber conviver com as cobranças. ?Acho que isso acontece com a maioria dos jogadores e nem sempre você vai ser aplaudido. Por isso, tenho que ter a cabeça no lugar?, analisa.
Para ele, o time jogou mal contra o Internacional e precisa recuperar os pontos perdidos na Baixada em Recife. ?Dentro de casa a gente não pode perder, porque lá na frente isso pesa muito. Já que perdemos em casa, temos que ganhar fora?, aponta. Segundo Evandro, não dá para explicar o que acontece com a equipe na Baixada, que tem o pior aproveitamento como mandante desde a reinauguração do Joaquim Américo. ?Temos que ter paciência para quebrar esse tabu de não vencer em casa?, destaca.
O meia aposta numa sequência de bons resultados para dar fim à crise. ?Falta uma sequência boa de vitórias e confiança. Temos um time bom, mas não adianta só falar isso e o que importa mesmo é ir lá dentro e conseguir as vitórias?, projeta. O retrospecto de Evandro na temporada, mostra que ele ainda não engrenou mesmo. Das 23 partidas da equipe até aqui (Campeonato Paranaense, Copa do Brasil e Brasileirão), ele entrou em campo apenas 11 vezes, não marcou nenhum gol e ainda levou três cartões amarelos e um vermelho.
Muito pouco para quem é considerado uma das promessas do CT do Caju e é candidato a ter uma carreira promissora no exterior. Evandro atuou nas seleções sub-17 e sub-20, onde disputou os mundiais da categoria.
Fabrício e Herrera em alta
Apesar de passar a semana na corda bamba, o técnico Givanildo de Oliveira está mais animado, arregaçou as mangas e começou a testar mudanças no Atlético no CT do Caju. Sem poder contar com o zagueiro Paulo André, suspenso, ele deverá promover a volta de Erandir e ainda pode apostar em Fabrício e Herrera contra o Santa Cruz, na quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Outra mudança que pode acontecer, apesar dos mistérios do treinador, é a saída do 3-5-2 para a volta ao 4-4-2. A partida contra os pernambucanos é domingo, às 16h, no Arruda.
?Pode ser que mude (o esquema tático). Nós perdemos com o 3-5-2, mas ganhamos também. Inclusive teve jogo que perdemos com dois zagueiros. Então, em cima disso aí é que nós vamos procurar sempre o melhor?, aponta Giva. De acordo com ele, pode entrar João Leonardo (?que vem treinando bem?) ou Erandir. ?Temos que ver o que é melhor, com dois ou três zagueiros. Vamos trabalhar em cima para decidir quem vai jogar?, destaca.
No treino, pelo que apurou a reportagem, a opção foi pelo volante Erandir, mas isso não significa que ele vai atuar na meia. O treinador também aproveitou o jogador na defesa para manter a estrutura da equipe. No entanto, as mudanças mais significativas ocorreram no decorrer do período, com as entradas de Fabrício no lugar de Evandro e Herrera na vaga de Pedro Oldoni. Hoje, o treinador comanda mais um trabalho e já deve definir quem pega o Tricolor do Recife.
Amanhã, a delegação embarca às 7h para Pernambuco e deverá treinar à tarde e no sábado na Ilha do Retiro. Um mau resultado poderá decretar o fim da era Givanildo na Baixada. Nomes como o de Paulo Bonamigo ganham força no clube, mas os dirigentes não confirmam nada e mantém, pelo menos por enquanto, o apoio ao profissional.
Tapetão
Apesar de ter usado Carlos Alberto no coletivo, Givanildo não vai precisar utilizar o jogador. O titular Jancarlos foi absolvido no STJD pela expulsão na partida contra o Fluminense e está liberado para atuar. Ele estava inscrito no artigo 250 do CBJD e poderia pegar até três jogos de gancho, mas foi liberado por 3 votos a 1.