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Tite explica Neymar no banco e critica logística da seleção nos Estados Unidos

Quatro dias depois de enfrentar a Colômbia em Miami, a seleção brasileira entrou em campo contra o Peru, e perdeu por 1 a 0, na noite de terça-feira (início da madrugada de quarta no Brasil), em Los Angeles, com um time alternativo. Por opção de Tite, alguns dos principais jogadores do time como Neymar, Daniel Alves e Thiago Silva começaram a partida no banco de reservas – o atacante só entrou no segundo tempo. O técnico explicou que é preciso observar a equipe sem os melhores atletas.

“Foi Neymar, foi Dani (Alves), foi Thiago (Silva), foi Arthur. Temos que saber jogar sem as pilastras técnicas da equipe, as pilastras de liderança, de capitania, de liderança comportamental. Eu não consigo tirar conclusões sem botar para jogar. Temos que responder enquanto equipe também. Mas teve (uma condição física), sim”, afirmou o treinador em entrevista coletiva após a partida.

A derrota para o Peru, a terceira desde que assumiu a seleção em 2016 – as outras foram para a Argentina, em um amistoso, e para a Bélgica, que culminou com a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia -, foi o menos dos problemas para Tite. Assim como os jogadores, o técnico criticou muito o estado do gramado do estádio Memorial Coliseum e a logística colocada para a seleção nos Estados Unidos.

“Está errado, o gramado influencia no desempenho, não pode acontecer. Corre risco de lesão. Não é desculpa da derrota, não quero colocar isso. Não peguem só uma parte do que estou dizendo. Tem que matar no peito, assumir a derrota. O adversário montou estratégia e ganhou. Mas futebol de alto nível não pode acontecer. Está ligado também à Argentina e Chile (jogaram na semana passada no mesmo estádio). Não pode ter campo nessas condições. Vai ter escanteio, vai ter contato com adversário e vai parar na arquibancada”, comentou, criticando os organizadores do amistoso em Los Angeles.

“As pessoas responsáveis, a empresa, também tenho minha responsabilidade, antes conversei com Juninho (Paulista, coordenador de seleções da CBF). A Pitch (empresa organizadora) precisa cuidar disso, sim. Tem que ter um campo melhor para jogar. Não pode ter um campo desse, não dá para ter um espetáculo num gramado desse. Dá para jogar ‘soccer’, dá para jogar de tênis. A gente teve três primeiras bolas que fomos inverter, foram três bolas longas porque não teve precisão. Não é desculpa para a derrota porque foi para os dois. Mas que um busca mais jogar e outro busca contato, tem uma diferença”, prosseguiu.

“O mundo real é esse. É a nossa realidade. No mundo ideal não teria sido nada assim. Eu gostaria, e já falei para o pessoal, que jogássemos onde treinamos (no estádio Banc of California). E elogiei lá porque o gramado era muito bom e eu tenho que cuidar da seleção. Como cuido na hora de dar oportunidades aos atletas. Mas não posso me isentar dessa realidade. O desempenho individual pode ficar prejudicado, por mais capacidade que a gente tenha de cuidar deles depois. É desafiador, mas é o mundo real”, completou Tite.

O Brasil volta a campo ainda neste ano para mais amistosos em datas Fifa. Estão programados dois para outubro, entre os dias 7 e 15, e dois para novembro, entre os dias 11 e 19. Os adversários e locais destas quatro partidas antes do final de 2019 ainda não foram confirmados pela CBF. Em 2020, em março, começarão as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, que será no Catar.

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