Prestes a se despedir da torcida do Corinthians em um jogo no Pacaembu, o que acontecerá no próximo sábado, contra o Internacional, às 21 horas, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Tite voltou a ser questionado, nesta manhã de terça-feira, em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava, sobre esta sua longa última passagem pelo time do Parque São Jorge.
O treinador, que não terá o seu contrato renovado ao fim desta temporada, foi instado a falar, desta vez, não só dos momentos de glórias, mas das decepções que viveu no comando da equipe, dirigida por ele desde outubro de 2010. E ser perguntado sobre o que se arrepende ou lamenta nestes mais de três anos à frente do time, Tite pontuou apenas dois assuntos polêmicos.
“Eu gostaria de ter ajudado mais na recuperação do Adriano e não gostaria de ter participado do jogo da morte do menino (Kevin Espada). O resto é do jogo”, afirmou o comandante, lembrando da passagem conturbada do atacante pelo clube e do episódio que vitimou o garoto boliviano de 14 anos na estreia do Corinthians na Copa Libertadores, em Oruro, na Bolívia, durante partida diante do San José em fevereiro passado.
Quando falou na “recuperação” de Adriano, Tite estava se referindo principalmente aos problemas psicológicos enfrentados pelo jogador, que jamais esteve dentro do peso ideal enquanto atleta do Corinthians e notoriamente sofreu com o alcoolismo e a falta de profissionalismo, fato que provocou a rescisão de seu contrato. Depois disso, o atacante não mais atuou por nenhum clube, depois de ter chegado ao Parque São Jorge pouco depois da aposentadoria de Ronaldo.
Já a morte de Kevin Espada, atingido por um sinalizador que partiu da torcida corintiana em Oruro, além de um episódio trágico em primeiro lugar, acabou sendo muito prejudicial para o Corinthians, que recebeu punições nos tribunais e consequentemente enfrentou uma primeira fase de Libertadores complicada, antes de ser eliminado pelo Boca Juniors nas oitavas de final.