Depois de ver a seleção brasileira fechar a sua temporada com um empate por 0 a 0 com a Inglaterra no estádio de Wembley, na última terça-feira à noite, em Londres, o técnico Tite afirmou que os seus comandados souberam aproveitar bem os últimos testes que realizaram no ano e finalizaram de maneira positiva um 2017 marcado principalmente pela facilidade com a qual o Brasil conquistou a sua vaga na Copa de 2018, na Rússia.

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Ao todo neste ano, a seleção contabilizou sete vitórias, três empates e apenas uma derrota, a única da Era Tite à frente do time nacional, iniciada em setembro de 2016. A classificação para a Copa veio com incríveis quatro rodadas de antecedência para o fim das Eliminatórias Sul-Americanas, já no final de março, após uma vitória por 3 a 0 sobre o Paraguai, no Itaquerão, em São Paulo.

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A primeira derrota veio no jogo seguinte, em amistoso contra a Argentina, em Melbourne, na Austrália, mas depois a seleção contabilizou mais sete jogos de invencibilidade, sendo os dois últimos deles em solo europeu, onde o Brasil venceu o Japão por 3 a 1 na última sexta-feira, em Lille, na França, antes de ficar no 0 a 0 com a Inglaterra na capital inglesa.

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E ao falar sobre como a seleção brasileira aproveitou estes dois últimos testes contra estas diferentes escolas do futebol mundial, o treinador acredita que o Brasil extraiu importantes experiências que poderão ter grande valor para uma campanha de sucesso na Copa de 2018.

“Sim, (os amistosos) estão sendo oportunizados (sic) para isso. Se tu vir as características dos dois jogos que tivemos, tu vê uma equipe de muita qualidade técnica, de imposição física. O Japão é uma equipe mais móvel. Em termos estratégicos o Japão marcou alto (no ataque), não deixando a nossa saída de bola. A Inglaterra trouxe uma marcação de pressão média baixa para provocar as situações de contra-ataque com a velocidade que tem, até apostando no nosso erro. São duas escolas diferentes”, lembrou o comandante, para depois comparar o aspecto psicológico dos adversários enfrentados até aqui nesta longa caminhada rumo ao Mundial.

“A Inglaterra é mentalmente muito forte, com uma capacidade de marcar e tirar espaços do adversário. São um ‘gelo’. Os latinos são muito inquietos. Temos de aprender a jogar de um lado para outro, tentar achar o espaço para atacar. Hoje nós não perdemos a nossa cabeça. São duas escolas diferentes”, analisou Tite, para ao mesmo tempo valorizar o empate sem gols com a Inglaterra, apesar de o adversário ter atuado desfalcado de vários jogadores importantes, cortados do confronto por motivo de lesão.

“(Teve) grau de dificuldade alto, situações diferentes, escolas diferentes, propostas estratégicas diferentes. Nós temos de trabalhar em cima dessas variantes. Talvez tenha sido o primeiro ou segundo jogo que não marcamos gol. Por vezes essa situação traz oportunidades de finalização de média distância, à medida que não tem infiltração. Não acredito que no Mundial a Inglaterra se proponha a ser assim”, opinou o treinador, se referindo ao fato de que os ingleses jogaram de maneira muito retrancada na defesa.

SELEÇÃO SÓLIDA – Já ao fazer uma análise geral sobre o ano da seleção brasileira, Tite lembrou que o time nacional exibiu qualidades em todos os setores e se mostrou “sólido”, conseguindo ser eficiente no ataque e na defesa. Este último setor, por sinal, cumpriu o seu papel melhor do que o ofensivo neste amistoso em Londres.

“Uma equipe com solidez, com criatividade e com efetividade, fazendo muitos gols. Com exceção de hoje (terça-feira), quando não criou muito, por mérito da Inglaterra. Em termos ofensivos a equipe teve uma produção média. Mas em termos defensivos também foi muito sólida. Se nos dificultam para marcar, também vão ter dificuldades de furar a nossa defesa. Foi o que aconteceu hoje. Este é um novo período. Vocês viram o que aconteceu no passado, as estatísticas que tivemos, e agora vamos ver o que vai acontecer no futuro”, projetou.

Os números, de fato, estão ao lado de Tite. Em 11 jogos disputados neste ano, a seleção marcou 21 gols e tomou apenas quatro. Neste caminho, destaque para os triunfos nos quais atropelou Uruguai (4 a 1, em Montevidéu), Paraguai (3 a 0), Austrália (4 a 0) e Chile (3 a 0). Antes disso, em 2016, o técnico teve desempenho avassalador com seis vitórias em seis jogos à frente do Brasil, todos pelas Eliminatórias da Copa, sendo que neste período o time nacional marcou 17 gols e levou somente um.

No próximo dia 1º de dezembro, Tite conhecerá quais serão os três primeiros rivais dos brasileiros na Copa de 2018 no sorteio dos grupos da competição, em Moscou, onde a seleção também fará o seu primeiro amistoso na próxima temporada, em 23 de março, justamente contra a Rússia. Quatro dias depois, em Berlim, será a vez de medir forças com a Alemanha, atual campeã mundial. (colaborou Rafael Franco, de São Paulo)