Faltando menos de três meses para a Copa do Mundo da Rússia, Tite mantém as portas abertas da seleção brasileira para eventuais novidades. Nesta quinta-feira, véspera do amistoso com a Rússia, em Moscou, o treinador admitiu que observa jogadores para todas as posições da equipe.
“O que mais me pressiona é poder olhar todo mundo e ser justo. Estar técnico da seleção brasileira é o ápice da carreira de um técnico. É inimaginável. Eu fico inquieto, chato, perturbado para avaliar todos e ser humanamente o mais justo possível”, afirmou o treinador.
Tite evitou dar dicas sobre quais serão os seus critérios para formular a lista final para a Copa, a ser anunciada na primeira quinzena de março. “Pode ser a versatilidade, o bom momento, os treinamentos, os jogadores vão contabilizando tudo. Mas também pode ser um jogador específico, como um zagueiro. Nas outras posições, versatilidade pode ser muito importante.”
“É uma dificuldade muito grande, não adianta ser sutil ou simpático, vai ser muito difícil. Pelo tempo de preparação, serão 19 jogos, não tenho condição de dar oportunidade a todos. Sou repetitivo, mas é a mais pura verdade. Aumento o número de convocados para que essa possibilidade seja maior”, explicou.
Ao citar as possíveis lacunas da seleção, Tite passou a palavra para o seu auxiliar técnico, Cleber Xavier. “Todas as posições preocupam e a fase até chegar aqui foi de observar para convocar. Após o jogo da Alemanha vão continuar as observações até a convocação final. Há vagas abertas em todos os setores, com boas opções e características diferentes. Vamos continuar observando pela TV e in loco para escolher os que faltam”, afirmou Xavier, diante da aprovação de Tite, sentado ao seu lado na entrevista coletiva.
Para os amistosos com a Rússia e a Alemanha, Tite surpreendeu ao convocar o lateral Ismaily para a vaga que era inicialmente de Filipe Luís. O jogador, contudo, se machucou e foi cortado, assim como aconteceu com quem deveria substituí-lo, Alex Sandro. O técnico, então, chamou o jogador do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.
“Cheguei ao Ismaily e disse que iria exercer a mesma atividade que faz no Shakhtar, com liberdade de criar. Para ele ter naturalidade e apresentar o que pode. A partir daí a gente consegue observar o lado emocional, olhar a finalização, o nível de concentração”, disse Tite.
Depois do amistoso com a Alemanha, na terça-feira, em Berlim, a seleção brasileira fará seus últimos jogos preparatórios para a Copa do Mundo no mês de junho, às vésperas do Mundial. Os adversários serão Croácia e Áustria nos dias 3 e 10 de junho, respectivamente. A estreia do time de Tite na Copa será no dia 17 de junho, diante da Suíça, em Rostov.