“Quero ver o Paraná voltar a ser o que sempre foi”. Assim, finalizando um discurso emocionado, o ex-presidente Ernani Buchmann apresentou a “Revolução Tricolor”, o grupo de paranistas que vai lançar outro ex-presidente, Aramis Tissot, candidato na eleição de 11 de novembro. Com propostas ousadas e a promessa da formação de um novo sistema de gestão do futebol, a chapa foi apresentada ontem, em um almoço no bairro Santa Felicidade.
Lideram o grupo, além de Ernani e Aramis, o ex-diretor de marketing Marcelo Romaniewicz e o empresário Renato Trombini, histórico torcedor e dirigente e elemento-chave na composição do projeto da “Revolução Tricolor”.
Isto porque ele será o comandante de um grupo de pelo menos vinte investidores (não divulgados) que vai “gerir” o futebol do Paraná. “Temos uma empresa formada, com capital de giro forte, com o Trombini comandando. E que vai ter, para o início do ano, condições financeiras para trazer jogadores e formar um elenco forte para disputar o título estadual e voltar para a primeira divisão em 2011”, explicou Ernani Buchmann. Não se explicou, entretanto, como seria a divisão dos possíveis rendimentos com este “núcleo de apoio”.
O risco de rebaixamento para a Série C não tira a confiança do grupo. “Acho que seria a tragédia das tragédias. Estamos rezando, pois só podemos rezar. Mas começamos nossa história com o presidente Aramis na terceira divisão, em 1990”, disse Buchmann. “Eu ainda acredito no acesso, continuo confiando que isto é possível”, disse o candidato à presidência.
Aramis Tissot garantiu que as parcerias não serão renegadas. “As pessoas que estão no clube agora serão procuradas. Mas sempre faremos projetos que beneficiem o Paraná”, resumiu o candidato à presidência da chamada “terceira via”.
Ele não fez críticas aos atuais dirigentes nem ao ex-mandatário José Carlos de Miranda, que também é candidato. “Não é o que pretendo. Acho que todos, inclusive eu, tivemos acertos e erros no comando do Paraná”, disse.
Ungido candidato à presidência, Aramis aproveitou para conclamar a união entre todos os setores do Paraná, sugerindo inclusive a renúncia dos outros candidatos em nome do projeto da “Revolução”. “Gostaria muito que todos estivessem do nosso lado, apoiando o nosso plano, que sem dúvida é o melhor para o nosso Tricolor”.
Responsável pelo marketing do grupo, Marcelo Romaniewicz admitiu que antes de qualquer projeto é necessário arrumar a casa. “Primeiro, temos que montar um bom time de futebol. A partir disso, vamos sim colocar um time para trabalhar, fazendo planos que gerem receita para o Paraná Clube. Vamos criar novas fontes de rendimento, para modernizar a gestão do clube”, afirmou.
Este, por sinal, é o mote principal da “Revolução Tricolor”, que contou no lançamento com a presença de outros ex-dirigentes, como Joaquim Cirino dos Santos e Ênio Ribeiro, além do atual presidente do Conselho Deliberativo, Benedito Barbosa.
“Nosso primeiro ato é a mudança do estatuto. Precisamos, com urgência, modernizar o Paraná, dotar o clube de uma gestão profissional. Chega de amadorismo”, bradou Ernani Buchmann. “A nossa proposta de reforma pode, inclusive, fazer com que eu nem assuma a presidência. Mas eu não tenho essa vaidade, quero o melhor para o clube”, completou Aramis Tissot.