Times do interior precisam ser criativos para montar equipes

Com um orçamento enxuto e sem grandes recursos financeiros para contratações de peso, os times do interior do Paraná precisam ser criativos na hora de montar e preparar as equipes para o embate com o Trio de Ferro no Campeonato Paranaense do ano que vem. Mesmo com o Atlético mais uma vez com o time sub-23 e o Coritiba confirmado com uma equipe alternativa, ao menos no início da competição, os pequenos do Estado não devem ter vida fácil no torneio. Sem um título estadual desde 2007, quando o Paranavaí superou o Paraná e foi campeão, os oito clubes do interior, além do Jotinha, apostam no longo período de pré-temporada e em elencos jovens para surpreender os grandes da capital.

Atual campeão da Série Prata, o Maringá começou cedo a se preparar para o Paranaense. Desde o dia 25 de novembro treinando, a equipe do oeste paranaense tem como principal trunfo, segundo Paulo Regini, diretor de futebol do clube, a manutenção dos principais destaques do time. “O nosso ponto positivo foi ter mantido a base da equipe que subiu para a 1.ª divisão. Porém, nosso elenco atual conta com 18 jogadores, mas planejamos contratar mais sete até a primeira semana de janeiro”, afirmou ele.

Allan Costa Pinto
Maior artilheiro da história do Cianorte, Marquinhos está de volta.

Assim como o Maringá, o Prudentópolis também retorna à elite do futebol paranaense no ano que vem. Com pouco dinheiro em caixa, o presidente do clube, Valdir Canini, foi realista ao apontar qual é o objetivo da equipe no campeonato. “O intuito do Prudentópolis é permanecer na 1.ª divisão. Acabamos de subir, sabemos da dificuldade, a disparidade financeira é grande. É realmente muito difícil, mas apostamos no conjunto da nossa equipe e no trabalho da nossa comissão técnica”, disse o mandatário do Tigre, que inovou e apostará em dois técnicos para a competição: Joel Preisner, que subiu com o time este ano e Ivair Cenci.

Quem também corre atrás de reforços é o Cianorte. Com o elenco todo reformulado, o Leão do Vale aposta nos gols de um velho conhecido da torcida para não fazer feio no Estadual. “Ainda precisamos de uma ou duas peças para reforçar o elenco. Do plantel do ano passado, mantivemos apenas cinco. No entanto, contratamos o Marquinhos Cambalhota, principal artilheiro da história do clube. Acredito que podemos fazer um bom papel na competição”, afirmou Adir Kist, diretor de futebol do Cianorte.

Allan Costa Pinto
Revelado pelo Corinthians e com uma passagem apagada pelo Paraná em 2009, Abuda é a aposta do Operário.

A tabela reformulada, com no máximo 17 datas em seu total, para aqueles que chegarem à final ou que lutarem contra o rebaixamento, fez alguns clubes mudarem a estratégia. Desta vez, nada de veteranos. A aposta está na juventude do elenco. “Investimos em uma equipe mais jovem, até por ser um campeonato mais curto do que nos últimos anos. Para ter uma ideia, a média de idade do time é de 22 anos”, disse Sidiclei Menezes, gerente de futebol do Arapongas.

Apesar de se mostrar otimista com a preparação da equipe e com o elenco montado, o dirigente sabe da dificuldade de disputar a competição. Para ele, a falta de um calendário anual dificulta a vida dos clubes menores. “É evidente que para os clubes do interior é muito mais difícil. O fato de não ,termos um calendário para o ano todo complica bastante. Disputando apenas uma competição por temporada praticamente, é quase impossível manter uma base de um ano para o outro. Nós, por exemplo, só mantivemos seis atletas e contratamos 20”, desabafou.

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