Se de um lado os principais clubes paranaenses apostam na eficácia do retorno da Copa Sul-Minas, do outro, as equipes de destaque de Santa Catarina e Rio Grande do Sul divergem sobre a volta da competição regional. Os dirigentes da dupla Grêmio e Internacional, inclusive, não viram com bons olhos o movimento iniciado no ano passado pelos times do Paraná para o retorno do torneio. “Hoje o Internacional não aceitaria. Tem que ser como está hoje. Não seria mais atrativo para o torcedor”, cravou o presidente do Internacional, Giovanni Luigi.

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O dirigente colorado frisou ainda que o foco do time gaúcho está na conquista de competições de mais expressão, como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, que dá uma vaga na Libertadores da América. ‘Um clube grande como o Internacional o forte é o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Pensamos em coisas grandes e a torcida não dá muita bola para o Gaúcho ou a Copa Sul-Minas. Não é a mesma atratividade como se fossem partidas contra Flamengo, Corinthians ou São Paulo. Quem sabe seja bom para o Coritiba ou Atlético, mas para nós não traz atrativo”, acrescentou.

Do lado do Grêmio, o diretor-executivo do tricolor gaúcho, Rui Costa, admite que o retorno da Copa Sul-Minas só teria o aval do clube caso fosse rentável financeiramente e interessante também tecnicamente. “Depende de uma série de fatores, como a questão da adaptação do calendário, que já está bem complicado. Uma competição como essa precisa ser altamente rentável, enfrentar adversários de bom nível e em bons estádios. Além disso, a parte de marketing para os clubes precisa ser rentável”, detalhou.

Catarinenses

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Em Santa Catarina, o Joinville, que nesta temporada briga novamente pelo acesso à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, é totalmente favorável ao retorno da Copa Sul-Minas, desde que as competições estaduais não sejam deixadas de lado. “Temos campeonatos aqui que precisam sobreviver. Sou favorável ao retorno dessas ligas regionais, nos mesmos moldes da Copa do Nordeste, com os principais clubes entrando no Estadual na segunda fase. Pode ser interessante nos termos de arrecadações, pois teremos a chance de enfrentar times da Série A e da Série B. É um atrativo para se atrair mais público aos estádios”, cravou o presidente do JEC, Nereu Martinelli.

Para o gerente de futebol do Avaí, Chico Lins, o retorno da competição regional seria interessante desde que os clubes participantes fossem definidos pelo ranking dos campeonatos estaduais. “Acho que o retorno desse torneio é válido, pois pode trazer mais calendário para algumas equipes. É importante que tenha direito a disputar o torneio os times melhores colocados nos campeonatos estaduais. Isso motivaria ainda mais os clubes nas competições dentro do Estado. Algumas coisas precisam ser discutidas, como a questão do calendário. Mas vejo com bons olhos o retorno dessa competição”, frisou o dirigente.

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Do contra

No estado vizinho, o movimento contra o retorno da Copa Sul-Minas vem do Criciúma. O diretor de futebol do Tigre, Cláudio Gomes, prefere fortalecer os estaduais a criar uma nova competição. “Acho muito melhor enriquecer os estaduais do que fazer mais um campeonato. É preciso fazer uma avaliação mais profunda, mas o calendário está muito apertado, ainda mais com todas as reivindicações do Bom Senso”, concluiu Gomes.

Viagem

A reportagem do Paraná Online entrou em contato com a assessoria de imprensa do Figueirense, mas os dirigentes estão em viagem pela Europa e não puderam atender a solicitação de entrevista.