Timemania não atrai torcedores de Curitiba

À base de campanhas e promoções, Atlético e Coritiba vêm alcançando a duras penas o principal objetivo na Timemania: manter-se no “G20” dos líderes em apostas na loteria da Caixa Econômica Federal.

Já o Paraná Clube sonha com melhor desempenho em campo para entrar no grupo dos 40 mais lembrados. Vale tudo nesta reta final para disputar melhores posições no ranking e consequentemente maior vantagem financeira.

No acumulado desde o início de 2009, o Atlético é o clube paranaense com mais apostas no campo “Time do Coração”: 442.369, o que corresponde ao 17.º lugar entre os 80 participantes da loteria.

O Coxa é o 19º colocado, com 429.369 indicações. Já o Paraná Clube está apenas em 53.º (227.818), atrás inclusive do Londrina, 26.º, com 324.062 apostas.

A briga por uma melhor colocação tem explicação simples: grana. A partir de 2010, o número de indicações no “Time do Coração” vai basear o repasse das verbas (que vêm em forma de amortização das dívidas federais).

E os 20 primeiros clubes no acumulado do ano anterior ficarão na principal fatia de distribuição de dinheiro (65% da bolada).

Daí o interesse de Atlético e Coritiba, que estão perto da “zona de rebaixamento” se caírem de rendimento e ficarem entre 21.º e o 40.º, descem para a faixa “B” e dividem apenas 25% do valor destinado aos clubes. Abaixo do 40.º colocado, a verba é reduzida para 8%.

O Atlético começou o ano em 21.º, mas vem reagindo aos poucos, com ajuda de campanhas mais constantes de incentivo aos sócios e torcedores.

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Gláucio Geara, o Atlético quitará todas as dívidas com a União em aproximadamente 30 meses.

Após este prazo, o Furacão começa a receber o benefício em dinheiro vivo. Mas isso se continuar na turma dos 20 primeiros.

Aliverde no limite

Já o Coxa está perigosamente próximo do limite do G20, mas tem boa margem acima do Santa Cruz, 21º colocado (cerca de 60 mil apostas).

O co-gestor do Departamento de Marketing alviverde, Roberto Pinto da Silva Júnior, lamenta apenas as restrições da Caixa para a organização de promoções.

“É proibido, por exemplo, sortear prêmios aos apostadores. Ficamos presos a ações pontuais”, afirma.

Assim o clube investe na divulgação no site oficial, banners, eventualmente no uniforme e com ações diretamente nas lotéricas.

Tricolor longe

Já o Paraná Clube lamenta a iminente queda na arrecadação. Até agora, e o final deste ano, a divisão da bolada é baseada nas Séries do Campeonato Brasileiro em 2007, ano em que foi regulamentada a loteria.

Por isso, Atlético e Paraná, que naquela edição estavam na Série A, ficaram na faixa principal, e o Coxa, que disputou (e venceu) a Série B naquele ano, está no segundo grupo.

Assim, se o Tricolor permanecer fora dos 40 primeiros, a verba cairá de R$ 72 mil para R$ 4,4 mil mensais a partir do ano que vem.

A meta, segundo o vice-presidente Financeiro Waldomiro Gayer Neto, é pelo menos descontar as 30 mil apostas que separam o Tricolor do Ituano, hoje em 40º. A grana, neste caso, subiria para algo em torno de R$ 17 mil por mês.

“Fazemos campanha com placa no estádio, nas lotéricas, pedindo por e-mail, a diretoria fez vaquinha… Tentamos incentivar, mas está complicado. Talvez a campanha em campo esteja atrapalhando”, lamentou o dirigente.

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