A equipe reserva do Paraná Clube ainda não empolgou. Ontem, novamente teve apresentação irregular, mas ao menos arrancou um ponto ao empatar em 2 a 2 com o Cascavel, no Estádio Olímpico. O resultado manteve o Tricolor na 7.ª posição no Campeonato Paranaense, agora com 12 pontos – mas um jogo a menos que 11 adversários da competição.
Preocupado com o jogo contra o Unión Maracaibo, quinta-feira, pela Libertadores, o técnico Zetti mudou os planos iniciais e usou apenas dois titulares. Um deles, Goiano, só entrou porque está suspenso na competição internacional e não viaja à Venezuela. O outro, o lateral-direito André Luiz, quebrou um galho na zaga pela falta de outro jogador para a posição. Até reservas que devem viajar à Venezuela, como Renan e Josiel, foram poupados no início.
Desentrosado na defesa, o Paraná tomou prejuízo logo aos 2 minutos. O volante Serginho não cortou um cruzamento rasteiro e Nena surgiu atrás da defesa para empurrar às redes.
Aos poucos o Tricolor acertou o posicionamento e passou a dominar o jogo, mas esbarrou nas mesmas falhas de finalização da partida anterior, contra o Cianorte. Vandinho perdeu o gol mais feito, após bom passe de Goiano. Mas a defesa ficou ainda mais despedaçada quando Da Silva, o único zagueiro de ofício tricolor, contundiu-se e foi substituído pelo volante Xaves.
O jogo era apenas razoável, mas o atrapalhado árbitro Vagner Vicentin resolveu animá-lo. Primeiro, anulou gol legal de Vandinho, interpretando que a bola tocou no braço colado ao corpo de Joelson. Depois, mostrou cartão amarelo ao mesmo Joelson, que momentos antes recebera outro. Todo o estádio e o próprio meia paranista entenderam que haveria a expulsão, mas o árbitro alegou que o segundo cartão era para Goiano.
Depois, no fim do primeiro tempo, Vicentin ?esqueceu? de excluir o cascavelense Rodrigo Caldeira, advertido duas vezes com o amarelo – o assistente José Amilton Pontarollo precisou lembrá-lo e sofreu pressão do banco da equipe do oeste após a saída do jogador.
A segunda etapa mal começou e Felipe Alves soltou um petardo no ângulo, igualando o placar. Parecia o cenário adequado para a virada, mas a vantagem numérica ruiu logo aos 10 minutos, quando Serginho chegou atrasado num carrinho e, como já tinha o amarelo, foi merecidamente expulso.
A partir daí o Tricolor perdeu a toada. Sem um dos volantes e com dois zagueiros improvisados, a equipe de Zetti deixou uma avenida aberta para o adversário explorar no lado direito do ataque. Gildázio e Nena já haviam perdido excelentes chances de marcar quando o zagueiro João Renato subiu sozinho na cobrança de escanteio e desempatou.
Sem criatividade e ainda desarrumado, o Paraná escapou de tomar o terceiro gol. E no finalzinho achou o empate: Renan, que havia substituído Joelson no intervalo, cobrou falta colocada e pôs no cantinho do goleiro Gledson. Resultado que, pelas circunstâncias, deixou o Tricolor satisfeito.
Zetti critica o juiz. De novo
?Ficou de bom tamanho?, disse o volante Goiano, resumindo a sensação entre os paranistas após o empate com o Cascavel. Por conquistar o resultado aos 42 do segundo tempo e diante de improvisações e outras adversidades, os tricolores voltam à capital satisfeitos.
?Temos uma viagem muito longa pela frente e o desgaste me preocupa. Não queria usar os jogadores (titulares). (Para o Estadual) é isso o que temos, mas ainda assim a apresentação foi muito boa?, aliviou Zetti.
Mas ao sair do gramado, o técnico não deixou de criticar o volante Serginho, expulso aos 10 do segundo tempo ao chegar atrasado e acertar um adversário num carrinho. ?Avisei no intervalo que não era para ser expulso. Ele (o árbitro) estava louco para tirar alguém do nosso time. Foi por isso que saquei o Joelson. Não poderíamos ter vacilado dessa forma?, disse o treinador, que também não gostou da atuação de Vagner Vicentin. ?Não quero que pensem que só reclamo. Mas a arbitragem foi novamente fraca?, falou, contestando o gol anulado de Vandinho e dois supostos pênaltis que considerou duvidosos em favor do Paraná.
CAMPEONATO PARANAENSE
1ª Fase – 9ª Rodada
Gols: Nena, 2-1º, Felipe Alves, 4-2º, João Renato, 28-2º e Renan, 42-2º
Local: Olímpico Regional (Cascavel)
Árbitro: Vagner Vicentin
Assistentes: José Amílton Pontarolo e Carlos Braatz
Cartões vermelhos: Rodrigo Caldeira, 45-1º e Serginho, 10-2º
Cartões amarelos: Joelson, Goiano e Renan (P); Rodrigo Costa (C)
Público: 6.336 pagantes(total: 7.071)
Renda: R$ 43.180
Cascavel 2×2 Paraná
Cascavel
Gledson; Caio (Mineiro, 25-2º), Tiago Soler, João Renato e Tita; Grafite, Rodrigo Costa, Rodrigo Caldeira e Neto (André, intervalo); Gildázio e Nena (Cristian, 37-2º). Técnico: Val de Mello
Paraná
Marcos Leandro; Parral (Egídio, 22-2º), André Luiz, Da Silva (Xaves, 26-1º) e Digão; Goiano, Serginho, Felipe Alves e Joelson (Renan, intevalo); Vinícius Pacheco e Vandinho. Técnico: Zetti
Novo reforço deve ser apresentado hoje
Às vésperas da estréia na fase de grupos da Copa Libertadores, o Tricolor deve ganhar um reforço providencial. Um zagueiro experiente, cujo nome não foi revelado, esteve ontem em Curitiba acertando os últimos detalhes da transferência.
O vice-presidente de futebol paranista, José Domingos, disse que espera apresentar o reforço hoje, apesar de ?alguns empecilhos? a serem ultrapassados. ?É um xerifão, que passou por grandes clubes e esteve fora do País?, falou o dirigente.
Se acertar o contrato e a documentação, o novo beque viajaria à Venezuela e poderia até enfrentar o Unión Maracaibo na quinta-feira.
O Tricolor tem apenas três jogadores da posição inscritos na Libertadores e com condições de jogar (Daniel Marques, Neguete e João Paulo), e o técnico Zetti tende a escalar o time com três zagueiros na Venezuela.
O Paraná tem até quarta-feira para substituir dois jogadores da lista de 25 relacionados para o mata-mata com o Cobreloa.