Artilheiro diz que só pensa no título nacional, mas nunca negou as propostas. |
Depois de uma proposta do Corinthians, ainda no meio do Brasileirão, da Lázio, que mandou dois representantes no CT do Caju acompanhar seu trabalho, o artilheiro Washington, de 29 anos, pode acordar como jogador do Verdy Tokyo, do Japão. A notícia foi trazida no final da noite de ontem pelo sitio Terra, e apenas ratificaria uma proposta feita pelo clube japonês, não negada pelo jogador.
No último dia 9, Washington revelou à Tribuna que, de fato, foi sondado pelos japoneses, mas que só falaria depois de terminado o Campeonato Brasileiro. "Estou pensando primeiro em ser campeão", disse na época. Mas o próprio empresário dele, Gilmar Rinaldi, não escondeu a disputa pelo artilheiro nacional, que marcou 32 gols e virou o maior artilheiro da história. Por coincidência, Rinaldi está viajando (pela Europa, segundo notícias) e ontem não foi localizado para comentar a possível ida do "Coração Valente" para o futebol asiático. De acordo com as informações do Terra, o jogador receberia salários de US$ 2 milhões (5,4 milhões de reais).
"Um representante do Verdy esteve aqui no Brasil para negociar. Mas só vamos tratar do assunto após o término do Brasileiro", afirmou o empresário à internet. Ontem à tarde, no CT do Atlético, o artilheiro chegou a dizer que pensaria duas vezes antes de deixar o Atlético, se o clube for mesmo disputar a Libertdores.
Entre os maiores
Se não for para o Verdy Tokyo, dificilmente o atacante emplacará 2005 no Atlético. Se for isso, o Paraná terá acompanhado o sucesso de um dos maiores atacantes da sua história. Depois de uma passagem pelo Paraná Clube, em 99, foi para a Turquia, sofreu problemas no coração e foi recebido pelo Rubro-Negro para entrar para a história nacional. Foi aos 32 minutos do 2.º tempo do jogo contra a Ponte, no mês passado, com o seu segundo gol (o terceiro do Atlético) que ele cravou seu nome como maior goleador desde a criação do Nacional, em 1971, com 32 gols.
Esta é a maior vitória pessoal alcançada pelo goleador desde que ele saiu dos gramados de Caxias para brilhar no futebol, em clubes como o Paraná Clube, Ponte Preta e Fenerbahce (Turquia). E foi exatamente contra o Paraná, seu ex-clube, que o apresentou ao futebol brasileiro, que o goleador retornou aos campos pelo Atlético.
Os limites para o Coração Valente começaram a ficar para trás quando ultrapassou Kléber e Alex Mineiro, que em 2001 marcaram 17 gols cada um e eram os dois maiores goleadores rubro-negros em campeonato nacional. Ao mesmo tempo, Washington igualou e bateu seu próprio feito, que era de 18 gols em brasileiros marcados em 2001 pela Ponte Preta.
Logo em seguida, este brasiliense suplantou o segundo maior goleador paranaense em nacionais – Marcel, com 20 gols anotados em 2003. A última marca alcançada parecia impossível: ultrapassar Renaldo que, atuando pelo Paraná Clube, no Campeonato Brasileiro de 2003, havia marcado 30 gols. Foi além e superou Dimba, que no ano passado chegou aos 31 gols, pelo Goiás.
A artilharia do Campeonato Brasileiro pode render ao atacante o principal prêmio dado a um jogador de futebol no Brasil: a Bola de Ouro, oferecida pela Revista Placar ao melhor jogador do Brasileirão. Com o afastamento de Robinho (devido ao seqüestro de sua mãe) Washington ultrapassou o santista e agora lidera a lista. Com Robinho, o atacante do Atlético disputa outro prêmio, o de craque do campeonato, troféu promovido pela Mesa Redonda, da TV Gazeta.
Jogo de domingo pode bater recorde na Arena
Quem ainda não comprou ingresso para assistir à partida entre Atlético e São Caetano, domingo, às 16h, na Arena, terá que correr para as bilheterias do estádio hoje. E com o bolso cheio. Os poucos ingressos que restam custam R$ 60,00, de cadeiras superiores (ou meia, para quem tem direito). Como já era previsto, os torcedores fizeram filas durante todo o dia de ontem na Arena e 17.637 ingressos foram vendidos até às 18h. Como 1.800 são de pacotes, resta algo em torno de 2 mil ingressos no setor mais valorizado do estádio. Com mais o espaço reservado para o São Caetano, o estádio deve receber 22 mil pagantes – o que seria o recorde deste ano. Por coincidência, o maior público do Joaquim Américo pertence a outro jogo contra o Azulão, em 2001 – 31.537.
A partida que recebeu o maior número de torcedores foi contra o Flamengo, quando 19.554 atleticanos estiveram na Arena. Como ontem foi o primeiro dia de vendas, a expectativa do clube é que ainda hoje os ingressos estejam esgotados.
A procura maciça da galera por um lugarzinho na Arena no domingo deixou os jogadores emocionados. Acompanhando os noticiários da hora do almoço, o artilheiro Washington comentou que o apoio da torcida, mais do que nunca, está sendo fundamental nesta reta final. "Eles fizeram um grande esforço para conseguir um ingresso e vamos retribuir com muito esforço dentro de campo para dar mais uma vitória à nossa torcida. Mais que isso, queremos mesmo é dar o bicampeonato brasileiro à galera rubro-negra", diz.
Ao que parece, pelo retrospecto dos jogos do Brasileirão, a torcida tem sido, de fato, um diferencial a mais para a turma atleticana. A última derrota em casa do Rubro-Negro aconteceu no dia 19 de junho, quando o time caiu diante do Vitória por 3 a 1, ainda no primeiro turno. São quase seis meses de invencibilidade no templo atleticano. "Esperamos manter essa invencibilidade por muito tempo ainda", diz Washington. Pelo menos por ora, mantê-la domingo e na rodada final, contra o Botafogo, já será suficiente para o time erguer a taça de campeão brasileiro de 2005.
Terceira Libertadores já está a um ponto do Atlético
Gisele Rech
O Atlético Paranaense ainda não poderá considerar-se campeão brasileiro se vencer o São Caetano, no domingo, na Arena da Baixada. Mas uma vitória – ou mesmo um empate – já garante um prêmio antecipado: uma vaga na Libertadores da América. O sorteio da competição mais importante do futebol sul-americano aconteceu ontem, em Assunção, e o assunto veio à tona.
Na história do Atlético, foram duas participações na Libertadores. A primeira foi em 2000, após a disputa de um torneio seletivo em 1999. A segunda foi em 2002, após a conquista do título brasileiro de 2001.
Apesar de os jogadores garantirem que a competição internacional nada mais será que a conseqüência do título, o que eles realmente querem, muitos não escondem a empolgação ao ver a possibilidade de disputar a competição no ano que vem. Especialmente os que nunca passaram pela experiência.
"É uma competição que qualquer atleta quer disputar. Além da experiência profissional, conta a questão da vitrine. A Libertadores é acompanhada na Europa", diz o atacante Denis Marques.
O meia Jádson, que via seus companheiros saindo do CT do Caju para as viagens internacionais em 2002, também vai experimentar pela primeira vez a sensação de disputar uma Libertadores. "Quando via os profissionais saindo do CT, pensava antes em como seria ótimo o dia em que eu me profissionalizasse, justamente para poder ter experiências como essa. Mas, antes, quero ter a experiência de ser campeão brasileiro", diz.
Com experiência de ter vestido até mesmo a camisa da seleção brasileira, é curioso saber que o artilheiro Washington, com 29 anos, ainda não teve a chance de disputar uma Libertadores da América. E não esconde que mesmo sendo muito assediado por clubes estrangeiros, acharia interessante participar da competição. Se o clube carimbar o passaporte para a competição, o matador até pode abrir mão de sair da Arena no início do ano. "Não quero pensar nisso agora. Mas dá para dizer que a Libertadores tem todo um charme e seria muito bacana poder participar."
Para quem já foi, voltar à disputa é encarado com muita alegria. "Em 2002 aproveitamos pouco, já que fomos eliminados na primeira fase. É uma experiência maravilhosa e estamos felizes com a nova possibilidade. Mas, o título é nosso grande objetivo agora", completa o lateral Ivan.
Só restam os ingressos caros
Quem ainda não comprou ingresso para assistir à partida entre Atlético e São Caetano, domingo, às 16h, na Arena, terá que correr para as bilheterias do estádio hoje. E com o bolso cheio. Os poucos ingressos que restam custam R$ 60,00, de cadeiras superiores.
Como já era previsto, os torcedores marcaram presença durante todo o dia de ontem na Arena e 17.637 ingressos foram vendidos até as 18h. Como 1.800 são de pacotes, restam algo em torno de 4 mil ingressos no setor mais valorizado do estádio.
De antemão, somando os ingressos vendidos ontem com os de proprietários de pacotes, o recorde da Arena neste Brasileirão está muito próximo de ser batido. Antes, a partida que recebeu o maior número de torcedores foi contra o Flamengo, quando 19.554 atleticanos estiveram na Arena. Como ontem foi o primeiro dia de vendas, a expectativa do clube é que ainda hoje os ingressos estejam esgotados.
Pingo, primeiro dos reservas
No elenco do Atlético, talvez nenhum outro atleta personifique tanto a figura do 12.º jogador do que o volante Pingo. Eficiente na marcação e com boa saída de jogo, o volante costuma ser o primeiro nome da lista de prováveis substitutos do time. No Brasileirão, foram dez partidas como titular e mais seis nas quais ele entrou no decorrer da partida.
Por isso mesmo, para o jogo de domingo contra o São Caetano, ele é o mais cotado para substituir o experiente Fabiano, que recebeu o tercerio cartão amarelo contra o Grêmio. Como de costume, o técnico Levir Culpi não confirmou ainda o time titular, mas todas as apostas recaem em Pingo. Primeiramente pela função que cumpre em campo, depois pelo fato de o treinador tê-lo escalado na metade do segundo tempo contra o tricolor gaúcho, justamente para dar ritmo de jogo a ele. Aliás, a troca na partida acabou despertando críticas severas ao treinador. No entanto, Pingo pouco se importa com os comentários que questionam sua qualidade. "Não ouvi falar e nem me importo se falarem. Eu sei do que sou capaz e o que me vale é a confiança do treinador e dos meus companheiros de time", desabafa.