São Paulo – Mais do que os contragolpes do Universidad Católica, é outro o maior medo do Corinthians no Pacaembu, hoje, às 21h45, na sua segunda partida da Libertadores: saber se os torcedores irão pedir por Marcelinho Carioca durante o jogo e se isso atrapalhará a concentração do time.
A vitória é considerada obrigatória. Todos os ingressos foram vendidos.
Ricardinho diz que ?os torcedores precisam apoiar o time sob qualquer circunstância, independentemente da contratação ou não do Marcelo. Acredito que a torcida entenda a importância das vitórias em casa na Libertadores. E que ela não vá atrapalhar a nossa concentração, não.?
Vaias atrapalhando o Corinthians? O técnico Antônio Lopes não quer isso, de jeito nenhum. Seus planos são ambiciosos. Ele pretende fazer com que o Corinthians vença todas as partidas do Grupo 4. O técnico ficou animado depois da vitória sobre o Deportivo Cali na estréia. E quer mais três pontos.
?Eu acredito que essa batalha para ser primeiro possa ser fundamental para as próximas fases da Libertadores. Eu quero que o Corinthians seja o melhor entre todos os grupos, para ficar sempre com a opção de decidir as classificações às próximas fases da Libertadores em casa. Conversei com o time sobre isso?, revela o treinador.
Ofensivo
Por isso, Lopes escalou o Corinthians da maneira mais ofensiva possível. Sem o volante Bruno Octávio com inflamação no púbis, o técnico aposta em Marcelo Mattos e Rosinei marcando e dando sustentação para Ricardinho e Roger articularem as jogadas de ataque para Nilmar e Tevez concluírem a gol.
?O Ricardinho e o Roger são dois jogadores talentosos, muito habilidosos e que se completam. Eles produzem atuando juntos. Conseguem abrir espaço no campo adversário e ainda servem bem demais nossos atacantes. Eles serão importantes na partida contra o Universidad?, garante o técnico.
A vontade de vencer o jogo fez com que Antônio Lopes conversasse com Tevez, que estava ontem na Argentina para o funeral do avô. O atacante prometeu que voltará hoje pela manhã ao Brasil. E logo que chegar irá direto para a concentração. Quer jogar de qualquer maneira. ?O Carlitos estará em campo até para homenagear o avô. Sei que ele está vivendo um momento delicado com a perda de um parente próximo, mas jogar será bom para ele e para o grupo. Está confirmado.?
O Universidad Católica venceu na estréia e divide a liderança do Grupo 4 com o Corinthians. Veio a São Paulo para marcar e tentar vencer nos contragolpes.
Carlitos encarna espírito guerreiro da Libertadores
São Paulo – Antônio Lopes estava respeitoso, mas deixava escapar uma ponta de orgulho em relação a Tevez. O argentino fez questão de ligar de Buenos Aires para dizer que estará em campo de ?qualquer maneira?, hoje, contra o Universidad Católica, pela Libertadores. A morte do seu avô não o impedirá de jogar.
A presença do capitão Tevez mesmo neste momento difícil já demonstra o que Lopes não cansa de exaltar entre os jogadores: a maneira com que Tevez encara a Libertadores.
?Tem de se impor, acreditar em todas as bolas, não temer os adversários e fazer de tudo para ganhar todos os jogos.
E, principalmente, não perder a concentração de jeito nenhum?, ensinava Tevez logo após a partida contra o Deportivo Cali.
Feridas
Logo após aquela partida, as suas feridas serviram de inspiração ao grupo. O argentino foi perseguido pelos colombianos. Em sistema de rodízio para tentarem ao máximo os cartões, eles deram muitos pontapés no atacante.
?Dava dó de ver as pernas do Carlitos depois de tantos pontapés. E o que mais impressiona é que ele acaba de levar um chute, se levanta, pega a bola e vai de novo enfrentar o mesmo zagueiro que o chutou. Não dá para negar que a sua raça é empolgante e entusiasma todo o time?, elogia o preparador físico Fábio Mahseredjian.
Cobrança
Tevez tem conversado muito com Kia Joorabchian.
E como capitão do time, ele se incumbiu de não deixar que a briga entre o iraniano e o presidente Alberto Dualib acabe influenciando o time na Libertadores.
Corajoso, também cobrou Kia. Não quer mais ver os salários atrasando. Tevez foi campeão da Libertadores em 2004 com o Boca Juniors. Ele disse a jogadores amigos, como Betão, que o Corinthians tem time e torcida para ficar com o título. Quer o Pacaembu transformado em uma réplica da Bombonera de Buenos Aires. A partir de hoje. E vencer em homenagem ao avô.
