Para os outros 21 jogadores que entraram em campo na vitória do J. Malucelli sobre o Cianorte, no último domingo (5), no Ecoestádio Janguito Malucelli, foi mais um jogo do Campeonato Paranaense. Para o zagueiro Tiago Alencar, do Jotinha, foi uma vitória, um recomeço dentro do futebol. Foram quase dois anos afastado dos gramados e quatro cirurgias. E o risco de ter o pé amputado que por muito pouco fez o jogador, que tem passagens também por Paraná Clube e Vitória de Guimarães, abandonar os gramados.

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A sensação de ter pisado novamente no gramado para disputar uma partida oficial, emocionou o jogador. Prestes a ver a bola rolar para o duelo contra o Cianorte, Tiago Alencar admitiu que um filme passou pela sua cabeça, sobretudo pelo sofrimento que teve até poder fazer o que mais ama, até poder voltar a exercer a profissão que escolheu.

Tiago Alencar nos tempos de Vitória de Guimarães e Paraná Clube. Fotos: Arquivo Pessoal

“Quem passa por isso, por tudo que eu sofri com isso, quase dois anos parado, a gente lembra de tudo. Quando entrei em campo lembrei de tudo. Das duas semanas que fiquei internado com uma infecção no pé. Do tempo que fiquei com o gesso, do tempo que sofri apenas assistindo aos jogos sem poder atuar. Na verdade a gente fica emocionado, mas tenta controlar, porque já ia começar o jogo. E ninguém queria saber se estava dois anos parado, se estava voltando de lesão. Felizmente deu tudo certo”, afirmou Tiago Alencar, em entrevista exclusiva à Tribuna.

Foram nada menos do que quatro cirurgias, lesões no ombro, no joelho e no pé. O risco de perder o pé chegou a desestabilizar Tiago Alencar, que admitiu que chegou a pensar em abandonar o futebol. Sua volta foi uma superação e uma lição de vida para muitos jogadores que passam ou já passaram por isso dentro do futebol.

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“Foi complicado. Em qualquer profissão, você ficar dois anos sem poder exercer o que você gosta de fazer, é muito complicado. Eu pensei muitas vezes em desistir, mas sempre buscava forças da onde não tinha. Acordava, ia para a fisioterapia e tenho que agradecer muitas pessoas que me ajudaram. Estava triste e quando chegava todos me davam moral. Diziam que estava melhorando, que estava no caminho certo. Isso fez a diferença. Além de tudo a minha família que me ajudou muito. Sou muito grato a todas essas pessoas”, frisou Tiago Alencar, que fez parte da sua recuperação no departamento médico do Atlético.

ATENÇÃO – ABAIXO IMAGEM FORTE ANTES DA SEQUÊNCIA DA MATÉRIA

 

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O estado da perna de Tiago Alencar depois de uma das cirurgias. Ele correu o risco de sofrer a amputação do pé. Foto: Arquivo Pessoal.

Apesar de todo esse tempo parado, Tiago Alencar suportou bem os 90 minutos de jogo e espera uma sequência no time comandado pelo técnico Luciano Gusso. “Agora é daí para cima. Fui até acima do esperado. Gostei muito. Me senti bem. Depois do jogo senti algumas dores musculares, algo que é normal. Mas estou pegando ritmo de jogo para melhorar cada vez mais”, cravou o zagueiro.

Boa relação

Tiago Alencar tem um carinho muito grande pelo J. Malucelli. Mesmo com suas saídas para outros clubes, o defensor sempre teve as portas abertas no time do Barigui. Depois de toda a dificuldade que passou, o zagueiro voltou justamente quando o Jotinha alcançou a liderança isolada do Campeonato Paranaense. E agora vai fazer um duelo direto contra o Paraná, neste domingo (12), às 17h, na Vila Capanema.

“O grupo do J. Malucelli é muito pés no chão. A gente sabe da nossa qualidade e sabe até onde podemos chegar, mas sempre com os pés no chão, jogo a jogo. O Paranaense é um campeonato extremamente difícil. Encaramos todo jogo como uma final e a gente vai para mais uma, diante de um time grande. É um jogo interessante, que vale a liderança e estamos muito motivados para essa partida”, finalizou Tiago Alencar.