O campeão mundial pela França na Copa do Mundo de 1998, Lilian Thuram, disse neste sábado que os incidentes ocorridos com a seleção francesa na África do Sul pode alimentar o racismo no país. Durante a competição mais importante do futebol, os jogadores não quiseram participar de um treinamento por causa do corte do atacante Nicolas Anelka da delegação.

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O atleta havia se desentendido com o treinador Raymond Domenech no intervalo da derrota para o México por 2 a 0, na segunda rodada do torneio. “Os franceses podem pensar agora que todos os problemas aconteceram porque há muitos jogadores negros na equipe”, disse o ex-atleta, em entrevista ao jornal L’Equipe..

Thuram defende uma punição para parte do grupo que incitou a manifestação. Para ele, o capitão Patrice Evra, porta-voz do elenco, não deverá ser mais convocado para a seleção. O ex-lateral direito não acredita que todos os jogadores concordavam com o movimento.

“É muito fácil dizer depois que todos estavam unidos. Alguns mantêm silêncio a respeito, mas são vítimas da situação. Dizer que todos estavam de acordo é evidentemente a estratégia dos líderes”, enfatizou o ex-jogador que mais atuou pela seleção francesa.

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Ele se referiu ao volante Toulalan, que, em entrevista, na última semana, afirmou que não havia ninguém que discordasse do protesto. Thuram também adiantou que deixará o cargo de conselheiro da Federação Francesa de Futebol, caso não haja nenhuma punição aos responsáveis. Uma comissão que investiga o incidente entregará até o dia 15 de agosto um relatório para a entidade responsável pelo futebol na França.