Tevez não será um novo Romário no Corinthians

Porto Feliz – Kia Joorabachian e Paulo Angioni fizeram um pacto ontem em Porto Feliz: Tevez não irá se transformar em um novo Romário no Corinthians.

O presidente da MSI conversou com Angioni, que tanto sofreu com os privilégios que Romário exigia no Flamengo, Vasco e Fluminense. Vários títulos foram perdidos por intrigas entre o polêmico jogador e os demais atletas. Boicotes silenciosos acabaram prejudicando os times que mantinham o tratamento diferenciado à estrela do time.

"Aprendi que privilégio destrói qualquer tentativa de formação de grupo. Por isso o Tevez está ralando como todos. Não importa salário, procura da mídia. Aprendi na prática que diferenciação dada por presidentes de clubes só cria problemas. Isso não está acontecendo e nem irá acontecer com o Corinthians", garante Paulo Angioni.

Kia até agora não está se comportando como tiete, como fizeram os dirigentes de Vasco, Fluminense e Flamengo em relação a Romário. Nem pensar de o argentino treinar em apenas um período, ter direito a levar amigos e amigas para as concentrações ou mesmo pedir comidas diferenciadas.

"O Kia concorda que se liberarmos para o Tevez essas situações o espírito de grupo será corroído. Alguns presidentes de clubes cederam para o Romário e para o Roger, por exemplo, e foi um desastre. Percebemos que a culpa não era dos jogadores, mas de quem tinha a direção dos clubes. Então, aqui no Corinthians, ninguém será melhor do que ninguém", decreta Angioni.

A determinação parece para valer. Tevez chegou atrasado para o treinamento da tarde porque estava em São Paulo, na Polícia Federal, acertando o seu visto de trabalho. Correu e fez exercícios separados dos demais. Só quando Tite soube do motivo do atraso é que o integrou ao grupo.

A partir daí, o que deu para perceber é que, ao contrário do Romário, os zagueiros não tiveram o menor constrangimento em dar pontapés no milionário astro do time.

"Treino é para se comportar como se fosse em jogo. ?Chegamos? mesmo no Tevez para ele ir se acostumando como é no Brasil. Batemos forte. Ele entendeu, não reclamou. Ele sabe que quem chega tem de se adaptar. Não quem já está se adaptar a quem chega", decretou Betão. Sentado no banco, Kia assistia ao festival de pontapés do ex-junior no jogador

de US$ 22 milhões.

Tevez em campo não abriu a boca. Ele tinha dificuldade em entender as determinações de Tite. Seu compatriota Domingues muitas vezes lhe explicava o que o treinador queria. Carlos Alberto, recém contratado, era o jogador brasileiro que mais dava atenção a Tevez. O atacante divide o seu quarto com o zagueiro Domingues. Mas por pouco tempo.

"Quando estiver habituado ao português, o Tevez irá se concentrar com outros atletas.

O importante é se enturmar", decreta Angioni.

Nem ao procurador Adrian Ruocco foi permitido se hospedar no hotel El Chaddai, onde o Corinthians está em Porto Feliz. A ordem é não deixar para os outros atletas não se sentirem desprestigiados.

"Eu quero dizer que não tenho nada contra o Romário. Ele é meu amigo particular. Gosto muito dele. Mas privilégio em futebol já mostrou ser uma das grandes armadilhas. O Corinthians não cairá nela.

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