Estádio paranaense palco de quatro jogos da Copa do Mundo, a Arena da Baixada virou significado de atraso no seu canteiro de obras desde que foi fechada para ser remodelada e ampliada.
Com a instalação do teto retrátil não tem sido diferente e, ao contrário do que planeja a diretoria do Atlético, a estrutura, que transformará o estádio atleticano em um dos maiores complexos de entretenimento da América Latina, não ficará pronta até o dia 05 de dezembro, prazo estimado pelo clube e data da realização do evento de MMA Shooto 52. A tendência é de que a tampa do caldeirão esteja colocada somente no dia 23 de dezembro.
Depois de dez dias da chegada dos engenheiros espanhóis da Lanik I.S.A., que é a empresa responsável pela instrução e orientação da montagem da estrutura retrátil, um relatório foi emitido ontem com a atual situação do andamento da obra. Com um cenário totalmente desfavorável, segundo o cronograma da empresa espanhola, as doze vigas que vão sustentar a estrutura da cobertura retrátil só estarão completamente colocadas no dia 23 de dezembro, ou seja, dezoito dias depois do evento de MMA.
Na semana passada, o diretor-executivo da Lanik I.S.A., César França, que está acompanhando o andamento das obras de perto, avisou que o Atlético deveria aumentar seu potencial em maquinários de ponta e com maior capacidade para realizar a instalação da estrutura retrátil, mas até agora o clube ainda não atendeu a solicitação da empresa espanhola.
“Fizemos as recomendações desde a chegada dos engenheiros e tudo que a gente solicita o Atlético não obedece. Eles têm um plano, um conceito, mas não têm nenhuma experiência. Para eles é um guindaste mesmo e para eles este guindaste serve. Eles estão esperando aumentar o braço de dez metros para iniciar o içamento. A situação climática também preocupa e só de ter a previsão de chuva já não se pode içar nenhuma peça”, explicou França.
A Lanik I.S.A. atua em três linhas de trabalho. A montagem dos trilhos, onde correm as roldanas da estrutura retrátil, é feita em duas partes. Ontem, segundo o relatório, 85% da primeira parte da colocação estava pronta e deve ser concluída até hoje. A montagem da segunda parte dos trilhos deverá ser iniciada amanhã e concluída somente no dia 18 deste mês.
A outra linha de trabalho é a montagem dos bogies, que é a parte do sistema de frenagem que gera a força de frenagem ou truque que constitui um conjunto de rodas, sapatas de freio, rolamentos, molas, eixos, entre outras peças. Segundo o relatório da Lanik I.S.A., dos 24 bogies que contemplam o projeto do teto retrátil, dez foram montados até ontem e o restante fica dependendo da união dos bogies às vigas.
Por fim, a empresa espanhola é responsável pela montagem das vigas. Segundo França, as vigas de número um e dois estão terminadas e 30% do processo de montagem da viga número três está concluído. Entretanto, as duas primeiras vigas ainda não foram içadas. Segundo o cronograma apresentado e atualizado pela empresa, a 12ª viga será montada e içada somente no dia 23 de dezembro.
“O cronograma da Lanik é uma ferramenta importante, poderosa e sempre foi utilizada adequadamente. Não basta o Atlético criar um cronograma no início do projeto e esquecê-lo”, detalhou o diretor-executivo da empresa espanhola.
“O Atlético precisa ter a consciência que não vai conseguir cobrir. Falta exatamente um mês para o evento e nenhuma viga foi içada. Dentro das possibilidades é impossível ficar pronto a tempo do prazo que o Atlético quer”, arrematou França.