São Paulo – A crise do tênis brasileiro parece ter atingido seu ponto máximo. A equipe do Brasil está sem técnico, com a renúncia de Jaime Oncins, sem jogadores, com o boicote de Gustavo Kuerten, seguido por Flávio Saretta e André Sá, e, como se não bastasse, a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) teve sua sede, na Avenida Paulista, invadida pela polícia, para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão de documentos.
Nesta crítica situação, um dos vilões da história, o presidente da CBT, Nelson Nastás, preferiu se omitir, sem dar explicações. Enquanto isso, o grupo de Oposição, liderado pela Federação Catarinense de Tênis, aproveitou o momento para multiplicar suas denúncias e buscar a queda da atual gestão da entidade.
As eleições da CBT estão marcadas para o final do ano, mas há forte pressão para a renúncia do atual presidente. Mas Nastás já avisou que irá cumprir seu mandato até o final, especialmente por temer forte repercussão internacional, já que ocupa cargo de diretoria na ITF, a Federação Internacional de Tênis.
Assim, a menos de um mês do confronto diante do Paraguai de 9 a 11 de abril, o futuro do tênis brasileiro vive o momento mais crítico de sua história e não tem sequer quem colocar em quadra para defender o País. Não há capitão no time nem quem convocar.
Para piorar a situação, nem mesmo existe sede para os jogos, uma vez que não parece ser mais viável a realização do evento na Costa do Sauípe como estava programado. A crise ameça assumir uma dimensão assustadora com a possibilidade de um vexame mundial, com o Brasil sem time para colocar em quadra.
No meio deste buraco sem fim, Oncins, o escolhido por Nastás para substituir o antigo capitão Ricardo Acioly, anunciou sua renúncia com a preocupação de não entrar na lista dos culpados por toda esta turbulência, embora a sua indicação tenha sido o estopim de todo o movimento de revolta. Seu futuro agora é crítico, pois não goza de prestígio entre o grupo oposicionista.
Não há solução aparente para os próximos dias. Afinal, os jogadores estão determinados a manter o boicote, já aborrecidos com tanta falta de respeito ao não terem sido consultados na troca de treinador. E na CBT, apesar das investigações e das pressões, Nastás mantém sua posição. Sorte do Paraguai, que vê de longe a crise brasileira e pode avançar na Davis com muito mais facilidade do que esperava.