Durou menos de uma hora o GP da Malásia. Jenson Button venceu, mas levou só metade dos pontos para ele e sua equipe, a incrível Brawn GP. Marcado para as 17h locais para atender aos telespectadores europeus, a corrida foi encerrada por um motivo previsível: a chuva.
Situada numa região equatorial, Sepang, perto da capital malaia, Kuala Lumpur, convive com temporais de fim de tarde desde que Adão e Eva morderam a maçã. Era muita pretensão da F1 achar que bem no dia de sua corrida a chuva iria esperar para cair.
E até que esperou um pouco, quase uma hora, para desabar sobre o autódromo que recebeu a segunda etapa do campeonato. Só que, quando veio, inviabilizou a retomada da prova.
Porque enquanto os pilotos esperavam no grid por um possível reinício, começou a escurecer. E a água não parava. Fim de papo. Tinham sido completadas 32 voltas. A direção de prova, como manda o regulamento, considerou para efeito de resultado a classificação na volta anterior à interrupção.
Assim, com menos de 75% das 56 voltas previstas percorridas, os pontos dos oito primeiros colocados foram computados pela metade, algo que não acontecia desde o fim de 1991 – quando um temporal desabou sobre o circuito de Adelaide e o GP da Austrália foi encerrado com 14 voltas, sendo declarado vencedor Ayrton Senna.
Na hora da largada, ontem, fazia calor e a pista estava seca. Mas nuvens negras e carregadas que faziam prever um dilúvio digno de Noé cercavam a região. A prova começou com Button largando mal e Nico Rosberg, da Williams, assumindo a ponta. Trulli manteve a segunda posição e o inglês da Brawn caiu para terceiro.
Barrichello, seu parceiro, também largou bem e já aparecia em quarto na quarta volta. A corrida estava divertida, com muitas trocas de posições no bloco intermediário, até que Kimi Raikkonen fez seu primeiro pit stop na volta 18 e todos ficaram espantados. A Ferrari colocou em seu carro pneus para chuva forte, tentando adivinhar o futuro.
Kimi, coitado, teve de esperar quatro voltas para ver água, virando tempos piores que os de todos os que se mantiveram com pneus slicks. Uma burrice sem tamanho dos italianos.
A chuva, quando chegou, veio fraca. Timo Glock, da Toyota, colocou pneus intermediários e começou a voar na pista. Seus adversários, temendo uma tempestade bíblica, optaram pelos pneus com mais sulcos, para muita água.
E ela não vinha. Então o pessoal voltou aos boxes para trocar por intermediários, como Glock. Foi o tempo de serem feitas as paradas para, aí sim, cair o mundo. E Glock, o espertalhão, trocou seus intermediários pelos pneus para chuva forte. O aguaceiro era realmente assustador. Carros começaram a aquaplanar e na volta 32 a direção de prova percebeu que era perigoso continuar.