Quando o Circuito de Albert Park, em Melbourne, for liberada para os primeiros treinos livres para o GP da Austrália, na noite desta quinta-feira, às 22h30, (horário de Brasília), a Fórmula 1 vai dar início à temporada mais longa da história. Até o fim de novembro o calendário vai ter o recorde de 21 corridas, duas a mais que no ano passado, com os retornos dos GPs da Alemanha e da Europa, que será disputado no Azerbaijão.
O longo campeonato se contrapõe ao desafio de uma pré-temporada mais curta. As equipes não tiveram 12 dias de testes de inverno em Barcelona, como no ano passado, mas apenas oito. “Foram muito poucos testes para trabalhar no carro”, comentou o francês Romain Grosjean, da estreante equipe Haas.
Mesmo estreante, a novata escuderia americana, assim com a francesa Renault, que volta à categoria, podem se beneficiar da principal novidade nos GPs. O treino classificatório tem um novo formato, capaz de deixar a disputa por posições mais imprevisível. “Deve criar mais variação nas colocações e deixar os fãs mais empolgados com o treino”, disse o diretor-técnico da Mercedes, Paddy Lowe.
As sessões classificatórias continuam divididas em fases eliminatórias, o Q1, Q2 e Q3. A diferença é que no primeiro trecho de cada uma dessas etapas o piloto mais lento vai sair da disputa. Já na segunda parte, a cada 1min30 o competidor de pior tempo estará fora. Esse processo vai deixar com que somente dois continuem na pista para decidir a pole position até os instantes finais.
Esse modelo não agradou a todos, por ter o risco de gerar resultados aleatórios. “Sinceramente, não gosto muito, mas acho que tornará as coisas mais interessantes para quem estiver em casa diante da TV. Por outro lado, se as equipes estiverem brigando por um ou dois décimos, tudo ficará mais difícil”, explicou o brasileiro Felipe Massa, da Williams.
A estratégia das equipes para as provas terá mudanças principalmente pelas novidades nos pneus. A Pirelli, fornecedora da categoria, vai separar para cada corrida três tipos de compostos e não dois, como em 2015. “Esperamos um leque de opções de estratégias ainda maior, com mais possibilidades abertas não apenas para cada time, mas também para os pilotos de forma individual”, afirmou o diretor da Pirelli para a Fórmula 1, Paul Hembery.
Os pilotos têm ainda uma quinta opção de composto de pneu. O ultramacio tem excelente pico de desempenho, mas uma vida útil menor. Esse tipo deve ser usado mais em pistas de rua e em um circuito como Mônaco, por exemplo, deve durar no máximo por 15 voltas.
SOM – A Fórmula 1 obrigou as equipes a alterarem o exaustor dos carros para que pudesse ter mais barulho. A mudança no regulamente para 2014, com a introdução dos motores turbo, abafou o tradicional ruído dos motores e decepcionou alguns fãs. Agora, o escapamento terá dois canos de saídas para tentar aumentar o som dos carros.