Tempo perdido ameaça realização da Copa em Curitiba

Em maio de 2009, o fato de Curitiba ter um moderno estádio, 70% concluído, serviu como pilar de uma candidatura bem sucedida. A capital paranaense estava garantida como subsede da Copa do Mundo 2014 e a Arena da Baixada era o palco dos jogos.

No entanto, o moderno estádio para os padrões latino-americanos, que começou a ser construído em 1997, havia sido projetado para a Copa de 2006. O evento acabou ocorrendo na Alemanha.

Desde então, as exigências do caderno de encargos da Fifa ficaram mais pesadas. Enquanto clubes como o Internacional já davam seus primeiros passos para adequar o Beira Rio, na capital paranaense o processo ficou estagnado.

Nos “acréscimos” para a apresentação da viabilidade econômica do estádio, a nova diretoria do Atlético, presidida por Marcos Malucelli, passava a dizer que o valor havia ficado alto. O discurso era o de que o clube não pagaria mais que 1/3 do valor total das obras, pois o Rubro-Negro não perderia nada caso a Arena fosse riscada da Copa 2014.

A prefeitura de Curitiba e o governo do Estado passaram a bater cabeça em busca de solução. Surgiram medidas como os títulos de potencial construtivo e os naming rights (patrocínio por uso de imagem) da Copel. Uma prorrogação no prazo precisou ser reivindicada ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

A possibilidade de Curitiba ser riscada da Copa 2014 gerou indignação em setores representativos da capital. “Nós, paranaenses, estamos sendo diminuídos internacionalmente por muito pouco”, disparou o diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura, Frederico Carstens.

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) também percebeu o risco e entrou na discussão para salvar a Baixada. Segundo o idealizador da Arena e ex-presidente do Furacão, Mário Celso Petraglia, a falta de iniciativa da atual diretoria do Atlético, do governo e da prefeitura fez Curitiba permanecer na mesma situação de quando foi escolhida para a Copa 2014, em maio de 2009.

Na próxima semana, as partes envolvidas devem finalmente assinar um termo de ajuste de conduta para garantir o projeto de viabilidade econômica do estádio curitibano para o Mundial.

O capítulo final ainda não foi escrito. A construtora que vai aceitar os títulos de potencial construtivo para adequar a Arena também não foi apresentada. Já estamos em agosto de 2010. Não se pode perder mais tempo.

E. Beessan/AEN
(AGOSTO/2010). … mas um ano e três meses depois, agentes públicos e dirigentes do Atlético pouco avançaram pra definir quem e de que forma será paga a reforma do estádio
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