O primeiro ato foi cumprido em Interlagos. Vettel em primeiro, Webber em segundo, Alonso em terceiro. Resultado idêntico amanhã, já estão todos fartos de ler e ouvir isso, e o título fica com o espanhol. E os dois pilotos da Red Bull encerram o ano chupando o dedo.

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O assunto único no fim de semana nas entrevistas coletivas em Abu Dhabi é esse: Vettel, se estiver na frente, numa situação dessas, deixa o companheiro passar?

Às contas. Webber tem 238 pontos e Vettel, 231. Uma dobradinha igual à do Brasil deixa os dois empatados com 256, mas o alemão teria uma vitória a mais, 5 x 4. Assim, chegaria à frente do australiano no campeonato. A disputa, portanto, é franca e aberta. Um contra o outro.

Mas tem Alonso na parada. Em terceiro, ganha o Mundial se Vettel vencer. Em quarto, também leva, pois tem 246 pontos e somaria 258. Em quinto, vai a 256 e perderia para Vettel nos quartos lugares (eles empatariam em vitórias,segundos e terceiros; Vettel tem três quartos lugares e Alonso ficaria com dois).

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O fiel da balança, a embaralhar posições e matemática, pode ser Hamilton. Ele andou bem nos treinos livres e está otimista para a corrida. Como só será campeão se vencer e os três primeiros forem abduzidos pelo ET Bilu, não vai se preocupar muito em agradar este ou aquele.

Lewis tem 222 pontos e pode chegar a 247. Para ser campeão, Alonso não poderia pontuar, Webber teria de chegar de sexto para baixo e Vettel, no máximo em terceiro. Tudo isso ao mesmo tempo.

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O GP de Abu Dhabi, pelas características de sua pista, será chato tecnicamente, como foi no ano passado. O arquiteto Hermann Tilke fez um lindo cenário e uma porcaria de traçado.

Só serve para tirar boas fotos. Mas será emocionante pelo que está em jogo. E é uma corrida que começa de fato no sábado, com todos tentando o máximo para largar na frente dos rivais, passo importante que terá de ser dado por quem tem pretensões de título.

O resultado dessa disputa é imprevisível. Alonso tem mais experiência em brigar para ser campeão, mas ele mesmo disse que isso não vale nada nessa hora. Vettel tem o ímpeto e a torcida da Red Bull. Webber é o patinho feio da história, mas o time é digno o bastante para lhe dar as mesmas condições que Sebastian terá.

Ordem de equipe? O dono da Red Bull garante que não haverá. Que é melhor ser vice do que incorrer nas mesmas patuscadas que a Ferrari se cansou de fazer em sua história.

Mas há limites para determinados comportamentos. Se na última volta Vettel estiver na frente, com Webber em segundo e Alonso em terceiro, creio que a equipe não precisa nem dizer nada.

Embora não sejam mais amigos, não se falem direito, torçam o nariz mutuamente quando se encontram nos corredores, Vettel e Webber defendem a mesma casa. Sendo assim, vai passar.

Pós-temporada

Acaba a corrida, domingo, e começam os testes de pós-temporada lá mesmo em Abu Dhabi. Serão dois dias para experimentar os pneus Pirelli e mais dois para que as equipes testem pilotos novatos. E tem time que decidiu nem usar os titulares. A McLaren, por exemplo, dispensou Button do trabalho. E o inglês não gostou muito, não.

Dança das cadeiras

Nos próximos dias será intensa a atividade de pilotos e seus empresários atrás de vagas para 2011. O que dá para dizer é que Bruno Senna vai mesmo para a Lotus.

Só não se sabe quando o anúncio oficial será feito. Barrichello e Massa ficam onde estão. E Lucas di Grassi vai ter de se entender com os novos donos da Virgin, os russos da Marussia, uma fábrica de carros superesportivos, que compraram a equipe.