O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, negou com veemência, nesta terça-feira, a possibilidade de o principal campeonato do País voltar a ser disputado no sistema de mata-mata. Para ele, o Brasileiro de 2010, encerrado no último domingo, foi “um sucesso” e mais uma vez consagrou o modelo de pontos corridos. “Essa discussão (de mudança) não existe para a CBF. Não vamos perder tempo com isso”.
Ele contou que a entidade já admitiu desde o ano passado programar clássicos regionais para as últimas rodadas da competição – o que poderia motivar um clube já sem objetivo na competição, por causa da rivalidade -, mas disse não acreditar que a medida teria alguma influência na classificação. “O campeonato com pontos corridos vem evoluindo desde 2003. Chegou para ficar e ficou”.
De acordo com Ricardo Teixeira, a eventual falta de empenho de um clube na reta final do Brasileirão é uma realidade que ocorreria também nos jogos que antecederiam a formação do bloco dos oito melhores colocados para os confrontos diretos – quartas de final, semifinais e a decisão – como estabelecia o regulamento do torneio antes de 2003. “O problema se repetiria na fase classificatória. Haveria jogos importantes para alguns clubes e sem nenhuma pretensão para outros”.
O dirigente se disse convicto de que os clubes, em sua maioria, aprovam o atual modelo de disputa. O argumento mais forte, segundo Teixeira, é o que diz respeito ao retorno financeiro. “A venda da transmissão de jogos pelo sistema pay-per-view depois de 2003 é algo fantástico, a receita dos clubes com a venda de camisa também aumentou muito”, declarou.
Teixeira afirmou que o faturamento anual de vários clubes da elite do futebol brasileiro – não quis citar nomes – pulou em sete anos de US$ 10 milhões para aproximadamente US$ 100 milhões. Em sua avaliação, isso se deve em grande parte ao sucesso do Campeonato Brasileiro. “Todo ano vem alguém dizer que não está funcionando bem assim, coisa e tal. Os números mostram o contrário”.