Rio – O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não escondeu sua insatisfação com o discurso de que existiria um complô para impedir o Brasil de conquistar o hexacampeonato mundial na Alemanha. Ele também descartou a necessidade de se criar uma ?blindagem? para a equipe, como defende o técnico Parreira, e mandou um recado para os jogadores. ?Ganhar dinheiro se ganha nos clubes. Seleção se joga por prazer?, avisou.
Em entrevista ontem, no Rio, Ricardo Teixeira foi enfático ao frisar que para a seleção voltar a ser campeã do mundo precisará mostrar aplicação em campo e não se incomodar com os problemas externos. Também procurou desfazer a imagem de que o Brasil será prejudicado pela arbitragem na Copa do Mundo – ele é membro do Comitê de Arbitragem da Fifa.
?Tem que parar com esse assunto de que seremos prejudicados fora do campo. Não existe complô contra o Brasil. Isso é história do boitatá!?, disse o presidente da CBF. ?Não se ganha e não se perde Copa fora do campo. Somos favoritos com todos os outros 31. O importante é seriedade. Se nos conscientizarmos dentro do campo, não temos o que temer fora dele.?
Para o presidente da CBF, a experiência da seleção brasileira tem que ser capaz de superar qualquer tipo de pressão. E, justamente por ter atletas acostumados aos momentos decisivos, ele entende que o Brasil não precisará de uma proteção especial, um dos pontos mais defendidos por Parreira.
?Blindagem não é nem necessário, se considerarmos a experiência dos jogadores. Ronaldo desde 1994 disputa a Copa. O Cafu, sei lá, vai para a quinta. Temos o Parreira e o Zagallo, que é o homem mais experiente em Mundiais?, afirmou Ricardo Teixeira.
Em seguida, o dirigente praticamente encerrou o tema ?prêmio pelo título?, antes mesmo de começar qualquer tipo de negociação com os jogadores que vão para a Copa. ?O Dunga (capitão da seleção no Mundial de 94, nos Estados Unidos) dizia uma frase perfeita: ?Ganhar dinheiro se ganha nos clubes. Seleção se joga por prazer,? lembrou Teixeira.
