O caminho para transformar a ginástica artística brasileira em potência olímpica passa pela Rússia. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) foram até lá buscar um dos mais respeitados técnicos do mundo, Alexander Alexandrov, que tem em seu currículo nada menos do que 15 medalhas olímpicas, das quais seis de ouro. Treinador da seleção feminina desde 2013, ele diz que o time atual evoluiu bastante, mas alerta para um problema que se espalha por outras modalidades olímpicas: falta trabalho e estrutura para a base.

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Alexandrov embarcou para a Europa com o restante da delegação brasileira na última terça-feira. Lá, a equipe está terminando a preparação para o Mundial de Glasgow, na Escócia. A competição será disputada na semana que vem e garante oito vagas para os Jogos do Rio-2016.

Na última segunda-feira, o técnico comandou a última atividade no Rio. A seleção treinou no CT Time Brasil, inaugurado no ano passado. “Este ginásio é ótimo para desenvolver a coordenação, mas temos de fazer mais espaços como esse”, comentou Alexandrov.

A falta de estrutura e de investimento na base são apontados pelo treinador como principal obstáculo. “A gente tem de focar na base, nas crianças. É preciso construir centros e motivá-las. Só assim que a ginástica vai crescer realmente”.

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O diagnóstico é baseado no exemplo de outros países, sobretudo os europeus. “A maioria dos países de ponta possui uma equipe de juniores. É ela que, quando cresce, substitui a principal”, disse o técnico. E antes mesmo de o Brasil garantir a vaga por equipes nos Jogos do Rio, ele já demonstrou preocupação com a seleção que brigará por classificação para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. “Tem de começar a resolver isso agora”.

A questão da formação de atletas foi um dos problemas que Alexandrov se deparou quando chegou ao Brasil. “Tive de ir até o básico da ginástica com essas meninas, mesmo elas já sendo atletas de equipe principal”, comentou. “Foram questões de base, técnicas e coreográficas”.

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Outro empecilho é a falta de professores. “Meu objetivo principal é passar tudo o que eu já vivi no esporte para os treinadores brasileiros. Agora depende de aparecer novos treinadores, porque ter apenas três ou quatro no País é muito pouco”.

Apesar disso, ele elogia o nível da equipe feminina e aposta no potencial. “As brasileiras têm desenvoltura e estrutura física”, avaliou. “Nesses dois anos a ginástica subiu muito para o Brasil. Todos estão fazendo um bom trabalho”.