Caras e bocas

Técnico do Tricolor é uma das figuras do Paranaense

Líder da primeira fase do Campeonato Paranaense, o Paraná começa a etapa mata-mata da competição com uma leve vantagem na busca por um título que não vem desde 2006. De lá para cá, inclusive, o Tricolor chegou apenas a mais uma final, em 2007. Para acabar com este tabu e voltar a figurar entre os primeiros, a diretoria paranista foi buscar um treinador que também, de certa forma, tenta encontrar um novo caminho.

Aos 48 anos, Milton Mendes tem no Paraná o seu grande desafio na curta, mas rodada experiência. Desde que se aposentou da carreira de jogador, em 2000, Mendes assumiu a nova função e virou treinador do Machico, de Portugal, onde permaneceu por quatro anos e conquistou uma vez o título de treinador revelação da segunda divisão portuguesa. Em seguida, permaneceu no futebol do país, onde dirigiu por duas temporadas o Bom Sucesso.

Depois, deu um passo atrás na carreira, para se tornar auxiliar de Sebastião Lazaroni. Acompanhou o ex-comandante do Brasil na Copa do Mundo de 1990 e do próprio Paraná, em 1997, durante cinco anos, tanto no Marítimo, quanto no Qatar Sports Club, sua primeira experiência no mundo árabe. Somente em 2013, ainda no Qatar, voltou a trabalhar como técnico, no Al-Shahaniya. Entre comandar e ajudar os “professores”, fez vários cursos. Formou-se em educação física e é graduado como técnico pela Uefa. Características bem diferentes dos treinadores brasileiros, que em sua maioria tem no currículo apenas a experiência adquirida na época de atletas.

Talvez até por isso Milton Mendes tenha um perfil mais paizão com o elenco. É só ouvir alguma crítica em relação a seus pupilos que o semblante toma outros contornos.

Após a goleada por 4×0 em cima do Atlético no domingo passado, isto ficou claro. Em um tom tranquilo e pausado, ressaltou que foram feitas cobranças pertinentes, admitiu erros próprios, mas defendeu com unhas e dentes o seu elenco, reclamando, inclusive, quando só cobram os defeitos e não elogiam as virtudes. Típico de um pai que protege seu filho perante os outros.

Por outro lado, em alguns momentos se mostra duvidoso e contraditório. Destacou que foram cometidas algumas falhas ao longo da primeira fase do Estadual, mas logo na sequência descartou qualquer oscilação da equipe durante as onze rodadas. Um sinal claro de que trabalhar onde os holofotes estão apontados diariamente e que nada passa despercebido requer uma experiência que a teoria não passa.

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