Técnico do Cruzeiro enfrenta clube que o revelou

Especialista em pregar peças, o destino aprontou uma para o técnico do Cruzeiro, Adílson Batista. Para não deixar escapar o sonho de uma conquista inédita, ele precisa afundar ainda mais o clube que o revelou.

Natural de Adrianópolis, no Vale do Ribeira paranaense, Adílson não esconde o carinho pelo Atlético. Revelado na Baixada, ele ganhou o apelido de “Pezão” e foi titular da equipe entre 1988 e 1989, quando acabou negociado, justamente, ao Cruzeiro.

No final da carreira, em 2000, o então zagueiro treinou no Rubro-Negro e quase firmou contrato, mas acabou encerrando a carreira por não se recuperar de uma lesão no joelho.

Agora, Adílson é personagem de um jogo decisivo para ambos os clubes. “Estou chateado com a situação do time. Devo tudo que tenho ao Atlético. É um clube grande e com estrutura maravilhosa, mas preciso muito dessa vitória e vou buscá-la”, falou o treinador, acrescentando que vai torcer pela permanência do Furacão na Série A, depois deste jogo.

O triunfo hoje, na Arena, tornou-se fundamental, após as vitórias dos concorrentes Grêmio, São Paulo e Flamengo na rodada de quinta-feira. “Temos que fazer a nossa parte também”, falou.

Adílson luta em 2008 para ser o 1.º técnico paranaense a conquistar o título brasileiro – um dos concorrentes é o conterrâneo Caio Júnior, do Flamengo. Além deles, Cuca, atualmente desempregado, completa a nova geração de treinadores nascidos no Paraná, que começam a vencer a desconfiança e a se firmar no cenário nacional.

Críticas

A trajetória no Cruzeiro não tem sido tranqüila. Apesar de ter vencido o Campeonato Mineiro, de estar entre os primeiros colocados desde o início do Brasileirão e de ter história com a camisa do clube (defendeu a Raposa entre 1989 e 1993), o técnico enfrentou uma enxurrada de críticas da imprensa e contestações da torcida.

A situação só foi amenizada com a série de três vitórias consecutivas, entre elas a de 2 a 0 no clássico com o Atlético-MG, domingo passado. A nova fase levou um repórter de uma rádio mineira a classificar o Cruzeiro como “principal favorito ao título nacional”.

O técnico diz ter consciência de que o trabalho em Minas tem sido bom. “Enfrentei rejeição desde o início. Muita gente não compreendeu algumas decisões táticas que tomei, o que respeito, mas não me faz mudar de opinião. E o torcedor, além de passional, é influenciável”, disse Adílson ontem à tarde, logo após o treino leve de seus comandados no CT do Coritiba.

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