Muricy Ramalho é um dos cotados para assumir o Furacão, mas precisa se encaixar no perfil financeiro. |
O mistério em torno do técnico do Atlético para a temporada 2006 ainda vai durar pelo menos mais 15 dias. Segundo o presidente João Augusto Fleury, o nome do treinador rubro-negro só será anunciado a partir do dia 2 de janeiro, quando o elenco retorna definitivamente das férias.
Os jogadores do Furacão têm apresentação marcada para o próximo dia 26, para um período de exames e testes físicos. A partir do dia 30, o grupo será novamente dispensado e retorna no dia 2 de janeiro. ?Até lá, esperamos ter concluído as negociações com um técnico. Mas independente de uma definição anterior, seu nome será anunciado somente após o dia 2?, disse Fleury à Tribuna. ?Entre o dia 30 e o dia 2 nós, da diretoria, vamos tirar uma folga. O mesmo deve acontecer com o treinador. Então, para evitar uma exposição grande nesse período de festas, vamos deixar para divulgar o nome apenas no retorno do grupo?, afirma o presidente atleticano.
Até lá, o terreno vai continuar fértil para as especulações. Apesar da boa campanha na fase final do Brasileirão, a diretoria já deu pistas de que não deve renovar o contrato de Evaristo de Macedo. ?O Evaristo é um grande profissional, mas não sabemos se ele estará disposto a assumir essa empreitada, que vai ser uma campanha extremamente puxada?, diz Fleury. O dirigentes rubro-negros estariam à procura de um técnico com um perfil disciplinador, diferente de Evaristo, dono de um estilo considerado muito brando.
Nos últimos dias, o nome de Muricy Ramalho, vice-campeão brasileiro pelo Internacional, ganhou força nos bastidores. A diretoria atleticana não nega o interesse por Muricy, mas a questão salarial pode ser um empecilho para a sua contratação. ?O Muricy é um treinador de primeira linha e interessa, sim. A questão é saber se ele pode se adequar ao nosso perfil financeiro. O Atlético é um clube que mantém um orçamento extremamente rígido. Nós não extrapolamos jamais a questão financeira. Esse é um princípio fundamental?, afirma Fleury.
Porém, este ano o clube pode fazer um investimento maior no comando técnico. Como os próprios dirigentes dizem que o grupo de jogadores está praticamente definido e que nenhum reforço ?de peso? será contratado, pode haver espaço no orçamento rubro-negro para a contratação de um treinador mais caro. Outro nome cotado para assumir o Furacão é Celso Roth, que deixou o Botafogo ao final do Brasileirão e segue sem clube.
Caso não acerte com Muricy ou Roth, o Atlético poderia buscar seu novo técnico no exterior. Mas a frustada experiência com Casemiro Mior, no início deste ano, deve fazer o clube desistir dos riscos de trazer um treinador com pouca experiência no futebol nacional. Até mesmo porque a diretoria tem planos ambiciosos para a próxima temporada, como a conquista da Copa do Brasil e o retorno à Copa Libertadores da América.
?Atleticano? brilha no Mundial de Clubes no Japão
A história do tricampeonato mundial, conquistado ontem pelo São Paulo, tem o Atlético como um dos seus principais personagens. Além de ter sido o adversário do tricolor na final da Libertadores, título que deu a vaga no torneio da Fifa para o clube paulista, o Furacão emprestou ao time do Morumbi um dos jogadores mais importantes na conquista do principal campeonato interclubes do mundo.
Aloísio foi fundamental na campanha são-paulina no Japão. Nas semifinais, contra o Al Ittihad, ele deu o passe para um dos três gols tricolores e ainda sofreu um pênalti, convertido por Rogério Ceni. E ontem, na grande decisão, o centroavante deu mais um passe decisivo, desta vez para o gol de Mineiro, que garantiu a vitória por 1 a 0 diante do Liverpool.
Emprestado ao São Paulo especialmente para a disputa do Mundial, Aloísio terá seu contrato com o tricolor encerrado em fevereiro. Depois, a previsão é que o jogador retorne ao Atlético, com quem tem vínculo até o final de 2006. ?O Aloísio tem contrato e a princípio faz parte dos nossos planos para a próxima temporada?, diz o presidente João Augusto Fleury.
Mas apesar de a diretoria contar com seu retorno, o Atlético deve encontrar dificuldades para manter o atacante na Baixada. Valorizado após a boa participação no Mundial, Aloísio certamente será assediado por equipes do Brasil e do exterior. E a primeira investida deve ser do próprio São Paulo, que já manifestou interesse em ficar com o jogador. ?O Aloísio não vai cair de pára-queda para a disputa do Mundial. Ele chegou a princípio até fevereiro, mas esperamos que ele possa ficar mais tempo?, disse o técnico Paulo Autuori na apresentação do atacante.
O próprio Aloísio também já revelou que tem vontade de continuar no tricolor. ?Eu quero permanecer no São Paulo até dezembro de 2006, mas depende de um acerto entre as diretorias do São Paulo e do Atlético. Deus me permitiu jogar o Mundial de Clubes e quero fazer a minha história com a camisa do São Paulo?, afirmou o jogador antes de embarcar para o Japão.