São Paulo – Que melhor guia para um elenco de estrelas do que um astrólogo? Pois este é o caso de Raymond Domenech, técnico da seleção da França. Com um perfil curioso para um treinador de futebol, Domenech concilia sua atividade profissional com a paixão por teatro e pelo estudo dos astros. Aliás, há quem assegure que ele não convocou alguns jogadores cotados para fazerem parte do elenco dos Bleus por conta de seus signos.

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Coincidência ou não, no plantel francês não há nenhum atleta do signo de escorpião, entre eles três ?selecionáveis?, como o lateral-esquerdo Anthony Réveillère, o meia Robert Pires e o volante Benoît Pedretti. ?Os jogadores de escorpião se anulam em campo?, afirmou Domenech em uma entrevista a um canal de TV francês.

Outra grande – e muito discutida – ausência na seleção francesa foi a de Ludovic Giuly, que acaba de prorrogar seu contrato com o Barcelona até 2008. O atacante já se pronunciou dizendo ?que após o mundial pedirá explicações ao treinador?.

Domenech começou a se interessar pela astrologia quando treinava o pequeno Mulhouse, equipe que jogará a próxima temporada da 3.ª divisão do Campeonato Francês. Na época, aconselhado por um profissional da área, fez algumas mudanças na equipe que acabaram mostrando-se eficientes em campo, e desde então o técnico dos Bleus começou a utilizar a influência dos astros como um meio de equilibrar os times comandados por ele.

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?Quando tenho um leão em minha defesa, estou tranqüilo?, disse Domenech, que parece realmente encarar o assunto com seriedade, pois a França tem uma das melhores defesas da competição e Gallas, que é lateral-direito, mas foi transferido para a zaga pelo treinador, está fazendo uma bela Copa. Um detalhe: o jogador do Chelsea, da Inglaterra, é do signo de leão.

Quando o atacante Cissé quebrou a perna direita em um amistoso contra a China pouco antes do mundial, o técnico convocou Govou para posição. Questionado sobre a escolha (por mais uma vez descartar o canceriano e campeão europeu Giuly), Domenech afirmou que preferia um atleta com características parecidas às de Cissé. E que ?a astrologia é sempre um fator que pode ser considerado?.

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Aliás, quando Zinedine Zidane voltou para ?resgatar? a seleção francesa, que passava por um momento difícil nas eliminatórias para a Copa do Mundo, o técnico contou que chamou o experiente craque porque ?um canceriano seria ótimo para equilibrar o meio-campo com outro?, que seria, no caso, Patrick Vieira.

Por conta da inusitada metodologia de Domenech, especialistas da área consultados por alguns veículos de comunicações europeus disseram que a formação da França tem sim um ?balanceamento? baseado nos signos, e que isso não seria mera coincidência. O elenco francês é formado por cinco cancerianos (Abidal, Barthez, Diarra, Vieira e Zidane), cinco leoninos (Gallas, Govou, Henry, Saha e Silvestre), três librianos (Dhorasoo, Givet e Trezeguet), dois capricornianos (Coupet e Thuram), dois piscianos (Chimbonda e Sagnol), dois taurinos (Landreau e Wiltord), um ariano (Ribéry), um geminiano (Malouda), um sagitariano (Boumsong) e um aquariano (Makelele), mesmo signo do treinador. Será que a grande atuação de Zidane que deitou e rolou sobre a seleção brasileira e que eliminou a equipe de Parreira estava escrita nas estrelas?