O mais novo problema do técnico do Atlético, Valdyr Espinosa, vai ser administrar as vaidades no elenco rubro-negro. Com a boa fase do time e com alguns medalhões ainda fora da equipe, o treinador irá formular um critério para definir quem terá condições de vestir as camisas de titular. E, isso já começa a funcionar para a partida de amanhã, às 20h30, contra o Botafogo, na Arena, e valerá até o final do Campeonato Brasileiro.
“Eu sempre digo para eles que não pode haver vaidades, coisas como “este é o meu time’. Não, não é o meu time. Este é o time do Atlético que brilhantemente conquistou o Brasileirão do ano passado, teve um mau primeiro semestre e que está se recuperando agora”, aponta o treinador.
Segundo ele, cada jogador saberá qual é o seu critério para ser titular. “Vamos conversar sobre este aspecto porque está chegando o Ilan, está chegando o Vital, está aí o Gustavo e nós vamos explicar para eles qual será o comportamento que tem que se ter”, diz. O importante, informa o comandante rubro-negro, é que o atleta trabalhe para o time e não para si mesmo. “O comportamento tem que ser de somar. A hora que dividir quem é titular e quem é banco, pronto, aí vai tudo para o espaço. O que a gente quer é vencer, todo mundo tem que entender isso e assumir esse compromisso”, explica.
No entanto, Espinosa acredita que a equipe esteja mais madura e preparada para evitar cair nessa armadilha. “O Atlético passou um semestre ruim, mas vem de um título de campeão brasileiro e isso tudo serviu de ensinamento”, analisa. Para ele, com tudo isso, os jogadores ficaram mais experientes e conseguem ter um rendimento melhor.
Espinosa lembra que, apesar da boa campanha no Brasileirão, a tática é manter a seriedade a todo custo. “Eu tenho dito para eles sempre o seguinte: termina um jogo como este (Corinthians 0x3 Atlético), você fica contente, cumprimenta os jogadores mas não sorri muito. Já fecha um pouquinho a cara para eles ficarem desconfiados e pensarem: “será que a gente agradou mesmo?”, revela.
Ainda conforme o técnico, no treino seguinte ao jogo ele conversa mais demoradamente com os atletas e explica o que houve de bom e de ruim. “O time não pode ficar só nisso aí. Nós temos mais vinte e tantos degraus para subir e temos que manter a seriedade”, explica o segredo da campanha.
Kléberson esquece euros e quer chegar na 2ª final
Confirmado no Atlético até o final do ano, o meia Kléberson agora só pensa na conquista do título de bicampeão brasileiro. Apesar da transferência frustrada para a Europa, o jogador sabe que mais uma temporada na Baixada não vai prejudicar sua carreira nem seu bolso. Além do aumento salarial que ganhará do clube, seu prestígio é cada vez maior no país e, com as últimas atuações, ele caminha para ser a principal estrela do Campeonato Brasileiro deste ano.
“Eu estou tranqüilo. Já vinha jogando tranqüilo, não estava pensando nessa situação de ir para o exterior e só vinha pensando em ficar no Atlético”, revela. Agora, segundo ele, é continuar trabalhando no clube com o mesmo afinco para defender o escudo da CBF na camisa rubro-negra. “Vou continuar ajudando a nossa equipe para, quem sabe, a gente possa chegar a mais uma final”, aponta.
Em Janeiro, talvez até impulsionado por mais uma grande campanha no Brasileirão, o passe de Kléberson pode até se valorizar. Na metade dos campeonatos europeus, Uefa permite uma semana aberta para troca de atletas nos elencos e o mercado volta a se aquecer. Uma das equipes que já mostra esse interesse é o Celtic, da Escócia. No momento, o Furacão aceita liberar o jogador por cerca de R$ 60 milhões.
De volta ao melhor de sua forma após ficar um mês e meio fora dos gramados, Kléberson acredita que o time e seu futebol ainda tenham muito a evoluir. “O time está crescendo. É claro que ainda faltam algumas coisas, mas o importante é o time crescer e, a cada partida, conquistar os objetivos”, analisa.
