Um dos piores casos de doping do esporte brasileiro começa a ser resolvido. Um dia depois da divulgação do exame positivo para eritropoietina (EPO) de cinco atletas, o técnico Jayme Netto admitiu culpa no caso. Segundo o próprio treinador, ele indicou o fisiologista Pedro Balikian, que ministrou doses da substância em Bruno Tenório, Jorge Célio Sena, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre.

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“Assumo a culpa de ter permitido a aplicação. Sou culpado, não os atletas. Todo mundo tem o direito de errar, e eu errei”, afirmou Netto, chorando. “O atletismo acabou para mim. Não tenho mais condições de enfrentar esse esporte. Não consigo encarar as pessoas. Não dou conta mais”, completou.

Netto explicou que a substância foi duas vezes aplicada em cada um dos atletas, em injeções na barriga. Os cinco, todos da Rede Atletismo, com sede em Bragança Paulista (interior de São Paulo), estavam se preparando para o Mundial de Berlim, que começa em 15 de agosto, e já retornaram ao Brasil.

Ao lado do técnico, o presidente do clube, Jorge Queiróz de Moraes, não poupou críticas aos responsáveis pelo doping dos brasileiros. “Tenho a absoluta certeza que os atletas são vítimas. Eles não sabiam o que estavam tomando. Mas os dois técnicos, o Jayme [Netto] e o Inaldo [Sena], sabiam. Isso é lamentável. Foi um choque brutal”, disse.

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