Coritiba acertou ontem o empréstimo do lateral Badé para a Lusa. |
A impressão que se tem é que ninguém agüenta mais. Todos – Tcheco, seu procurador Ruy Gel e as diretorias de Coritiba e Malutrom – estão loucos para que se defina de uma vez o futuro do jogador. Mas outra impressão que se tem é que nem todos querem encontrar o mesmo caminho. E o que prometia ser rápido vai chegando quase a dois meses de espera, sem que se tenha um final conhecido.
As notícias sobre o meio-campista, destaque do Coritiba no campeonato brasileiro do ano passado, foram as mais desencontradas desde a tarde de segunda. Uns diziam que Tcheco estava na praia, descansando; outros garantiam que ele estava em Curitiba, e até se disse que o jogador estava na Suécia, provavelmente acertando sua vida com o AIK de Estocolmo. Para aumentar o nível de confusão, os telefones (casa e celular) do jogador não eram atendidos.
Ontem, o procurador do atleta se apressou em garantir que o mais longe que Tcheco esteve de Curitiba foi o litoral – enquanto já se falava que ele não estaria na Suécia, mas sim voltando de lá. “Seria mais plausível se eu estivesse na Suécia, e não ele. É totalmente infundada esta história”, garantiu. E Tcheco, por onde andaria, afinal? Segundo parentes do jogador, ele está no litoral catarinense, ao lado da família – e voltaria hoje de lá. O celular não foi atendido por um motivo prosaico: o jogador o esqueceu em Curitiba.
Era praticamente a posição que o Coritiba tinha conhecimento. “Nós não fomos informados de viagem alguma. O que se sabe é que ele está na praia”, disse o secretário Domingos Moro. Do lado do Malutrom, a mesma posição. “Quem está na Europa é o Juarez (Malucelli, presidente), e ele está de férias”, assegurou o presidente de honra do clube Joel Malucelli.
Mas, segundo Ruy Gel, Juarez Malucelli esteve em Estocolmo nos últimos dias. “O clube sueco fez uma proposta e o Juarez esteve lá negociando”, contou o procurador. Mas o negócio não deu certo, e o presidente estaria agora em Paris, aproveitando seus últimos dias de férias. Talvez por isso o clube de São José dos Pinhais tenha pedido mais alguns dias para o Coritiba, após o término do prazo que o próprio Malutrom havia dado para o desfecho do negócio.
E a definição do caso só acontecerá, segundo o presidente de honra, quando seu irmão voltar da Europa. “Estou esperando o retorno dele para encerrarmos esse caso”, avisou Joel. Para o procurador de Tcheco, o caso se encerra com o jogador treinando no Coritiba já na segunda-feira. “O interesse do Tcheco é ficar no Coritiba, e se depender dele o retorno acontece na segunda”, afirmou Ruy Gel. Se isso acontecer, o meio-campista volta a treinar no dia 13, exatos 56 dias depois do início das negociações. Tempo mais do que bom para uma novela.
Descartado, Badé acerta com a Portuguesa
Aos poucos, alguns jogadores que não teriam oportunidades estão deixando o Coritiba. O primeiro deles é Badé, que foi emprestado ontem para a Portuguesa até o final do ano. O lateral-esquerdo disputará o campeonato brasileiro da segunda divisão pelo time paulista.
Badé teve dois momentos no Coritiba. O primeiro foi quando ele despontou, lançado por Ivo Wortmann no final de 2001. Ele se notabilizou por fortes chutes a gol, que o transformaram em esperança da torcida. Mas a boa fase passou, e ele acabou preterido quando Paulo Bonamigo assumiu a equipe.
Depois, o lateral seria envolvido na contratação de Roberto Brum junto ao Fluminense – ele e Ricardo Malzoni seriam emprestados. Mas Badé se revoltou, exigiu a participação de seu procurador no negócio e acabou não indo para as Laranjeiras.
Agora, ele ganha uma boa chance de aparecer – afinal, a Lusa disputará o campeonato paulista e a agora valorizada Série B. “E serve como o início de um bom relacionamento com a Portuguesa”, disse o secretário coxa Domingos Moro.