Tcheco só mata saudades, mas não volta

A torcida coxa-branca, possivelmente, pôde matar saudades do meia Tcheco, ontem, no Couto Pereira. De férias no Brasil após o término da temporada do futebol árabe, o jogador não esconde que torceu pelo Coxa, apesar de ter sido prata da casa da Vila. “Passei um longo tempo no Paraná, mas o reconhecimento veio no Coxa”, diz sem rodeios. Apesar de marcar presença no clássico de ontem, Tcheco dificilmente voltará a vestir a camisa alviverde. Não por causa do assédio de times como São Paulo ou Corinthians. É que ele está inclinado a aceitar um acordo com o sheik Mansur, presidente do Al-Ittihad para disputar a Copa da Ásia.

Nesta entrevista a O Estado, Tcheco fala sobre as dificuldades encontradas no mundo árabe e na vontade que tem de voltar ao Brasil.

O Estado – Você está na Arábia Saudita, próximo de países que estão em guerra. Não fica com medo de atenta dos?

Tcheco

– Medo a gente sempre tem, mas Jedah fica a 20 km de Meca, que é cidade sagrada, área de alta segurança. Então o risco de atentado é pequeno.

O Estado – Em um país com cultura tão diferente, você cometeu alguma gafe?

Tcheco

– Não dei nenhuma gafe porque desde que eu cheguei, tive a atenção do Candinho (treinador), que já estava há sete temporadas no futebol árabe e me ajudou a evitar “bolas fora”. Mas não pude deixar de fazer cara de surpresa para algumas coisas, como o costume de rezar no intervalo dos jogos. A torcida e os jogadores fazem isso.

O Estado – O Maurílio, que assim como você jogou pelo Paraná, não conseguiu agüentar tanto tempo. O que foi diferente para você?

Tcheco

– A adaptação não foi difícil porque tinha outros brasileiros no time, o Dimba e o Tiago Gentil. A comissão técnica também era brasileira, formada pelo técnico Candinho, o auxiliar Edson e o preparador físico Medina. Mas agora todos foram embora e não sei como ficarei.

O Estado – Você voltará um dia para o Coritiba?

Tcheco

– Sou coxa-branca. Eu tive uma longa estrada no Paraná, mas vivi momentos inesquecíveis no Coxa. Carinho da torcida, da diretoria. Não foi à toa que senti tanto quando saí do clube e tenho vontade de um dia voltar.

O Estado – Pode ser logo?

Tcheco

– É difícil, porque o sheik Mansur, que é presidente do Al-Ittihad, quer que eu fique para a disputa da Copa da Ásia, que vai até dezembro. Se eu ficar, pego meus direitos federativos de volta e posso deixar o clube antes do tempo. Se não, terei que ficar mais um ano. É um bom acordo.

O Estado

– Pelo que se nota, você está com moral na Arábia…

Tcheco

– Ganhei a torcida fazendo bons jogos e 13 gols e isso envaideceu o presidente do clube. Fui considerado o melhor estrangeiro da liga árabe e por isso não querem que eu vá embora. Como estou indo bem, virei motivo de orgulho.

O Estado – Se você fechar o acordo com o sheik, quando terá de voltar?

Tcheco

– Eles queriam que eu voltasse no dia 1.º de agosto, mas disse que não aceitava ficar só um mês no Brasil. Como a Copa da Ásia começa no dia 15 de setembro, volto no dia 15 de agosto. Terei um mês para me preparar

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo