?Não tinha mais do que cinco mil pessoas nas ruas, eu fiquei sabendo?. A brincadeira é de Tcheco, um dos principais jogadores do Grêmio na temporada 2006, ao ver as monstruosas manifestações da torcida do Internacional na comemoração do título mundial interclubes. E na galhofa do jogador, ex-Paraná, Malutrom (agora J. Malucelli) e Coritiba, está embutida uma preocupação – qual será o tamanho da pressão da torcida tricolor no próximo ano.
Tcheco passa férias em Curitiba, após um Campeonato Brasileiro que o recuperou no futebol local. Após a ida para o Al-Ittihad e a frustrada passagem pelo Santos, o armador reencontrou a paz em Porto Alegre – tanto que já renovou contrato para 2007. ?Eles queriam dois anos, mas eu preferi assinar por um?, conta o jogador, que é o dono da camisa 10 do Grêmio.
?É um local ótimo para trabalhar, e que permite que a gente possa pensar apenas no campo?, comenta.
Ele se ambientou bem ao Rio Grande do Sul. ?Eles são diferentes de nós (curitibanos). São muito informados e criticam sempre. Mas são extremamente receptivos e educados?, diz Tcheco, que só tem saudade de uma ?coisa? daqui. ?Lá é ótimo, mas Curitiba é melhor que Porto Alegre?, resume.
A ida do Grêmio para a Libertadores pareceu tranqüila à distância, mas foi complicada – começou com a desconfiança geral. ?Ninguém acreditava na gente, a começar pela imprensa?, revela. Tcheco, no entanto, percebeu o quanto a rivalidade entre Grêmio e Internacional pode ajudar os clubes. ?O time começou a embalar com o estádio cheio. Houve uma disputa para ver quem tinha mais sócios e isso levou muita gente para o campo?, afirma o armador. Hoje, o Grêmio tem mais de 37 mil contribuintes – receita que pode ser usada na contratação de jogadores para a Libertadores.
E o Grêmio vai para a competição pensando alto.
?Nós temos que entrar para tentar o título. Todo time brasileiro tem essa obrigação?, comenta Tcheco, que se informa sobre as contratações do clube. ?Vamos ter bons jogadores com a gente?, garante. O tricolor gaúcho está no grupo 3 na segunda fase da Libertadores.
E é bom eles pensarem mesmo em título, porque a pressão é grande. ?Falei com o (goleiro) Galatto e ele me disse que não consegue sair na rua?, revela o jogador paranaense, sabendo o que lhe espera nos Pampas a partir de janeiro.
Coritiba
Tcheco não esconde que tem carinho pelo Coritiba.
?Para todo mundo, eu sou coxa-branca?, avisa o meio-campista. ?No Grêmio, o pessoal pegou muito no meu pé, porque eu sempre tinha certeza que o Coxa ia subir, o que acabou não acontecendo?, confessa.
