O primeiro rival já foi embora. Ontem, o São Paulo anunciou que não pretende mais contratar o meia Tcheco, que está no Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Com isso, são dois times que brigam com o Coritiba pela contratação do jogador, que deve deixar o Oriente Médio em maio. Para trazer o maior ídolo dos últimos anos de volta, o Coxa luta com Santos e Atlético-MG.
Segundo a diretoria são-paulina, a pedida do Al-Ittihad (um milhão de dólares -quase R$ 3 milhões – para a liberação antecipada de Tcheco) está “fora da realidade”. “Não existe como tirar um jogador do futebol árabe, é impossível. Eles pediram algo fora da nossa realidade para liberar o jogador”, declarou o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha – que já ocupou função semelhante no Coritiba.
O interesse tricolor era claro: trazer o meio-campista já para a segunda fase da Libertadores. O pensamento do Santos seria semelhante. Apesar de não fazer movimentos visíveis, o vice-campeão brasileiro (e da Libertadores) faz jogadas ousadas, e pensa em Tcheco como um de seus reforços – o outro, em uma manobra arriscada, seria Vágner Love, do Palmeiras. O Atlético-MG também nutre esperanças, contando com a amizade do armador com o técnico Paulo Bonamigo.
O Coritiba mantém o interesse, e segue trabalhando nas sombras. As conversas entre o clube e emissários do jogador acontecem sem que muitos saibam, e algumas “exigências” de Tcheco já são conhecidas. Uma delas já foi atendida: a contratação de Rodrigo Batatinha, que foi um dos destaques da partida contra o Cianorte, no domingo. “O próprio Rodrigo sabe dessa história”, conta um dos comandantes do futebol do Coxa.
Outra seria o acerto financeiro – o Cori terá que no mínimo equiparar a oferta salarial mais alta que Tcheco receber. A recusa do São Paulo em contratar o jogador é um bom sinal, já que se esperava que o time paulistano faria a melhor proposta. Para completar, o meio-campista teria feito um acordo com o vice-presidente Domingos Moro: se voltasse, o dirigente teria que parar de fumar. “Espero que eu realmente pare com o cigarro”, brinca Moro.
A contrapartida de Tcheco é convencer os árabes a liberá-lo sem o pagamento da multa rescisória. Apesar de querer repatriá-lo, os diretores alviverdes sabem que um investimento de um milhão de dólares seria praticamente inviável, necessitando de um auxílio externo. Caso Tcheco vença a resistência dos príncipes, o caminho de volta para o Alto da Glória começa a ficar mais aberto.
Luís Mário quer, mas não vai jogar
O filme já foi visto – e o final, como é de praxe, vai ser o mesmo. A não ser que uma reviravolta aconteça, Luís Mário novamente desfalcará o Coritiba, desta vez na partida de sexta-feira contra o Cianorte. Ele, apesar de animado, ainda não se recuperou por completo da lesão na coxa, e passa amanhã por um exame aprofundando. O objetivo dos médicos é saber a real extensão da contusão, o que deixa uma interrogação até para a utilização dele na partida contra o Olimpia, na próxima terça.
O médico Walmir Sampaio manteve a cautela demonstrada desde que Luís Mário sentiu a coxa, há duas semanas, antes da partida contra o Paranavaí. “Não adianta a gente falar agora, ainda há tempo para o jogo. Mas nossa intenção é fazer com que o Luís possa estar em campo na partida contra o Olimpia”, confessa. O “Papa-léguas” será submetido amanhã ao exame no aparelho Cybex, que mede a capacidade isocinética do atleta. “Ele pode mensurar exatamente o que acontece com o jogador, e a deficiência muscular que possa existir”, traduz o médico alviverde. Em contrapartida, Luís Carlos Capixaba já foi vetado, pois não se recuperou de uma torção no tornozelo.