Prudentópolis e Francisco Beltrão, adversário diretos do Paraná Clube na briga contra o torneio da morte, tornaram-se o centro das atenções no início da noite de ontem. Tudo em função de questões de bastidores, que podem beneficiar diretamente o Tricolor.
O Prudentópolis corre o risco de perder o mando de campo da partida deste domingo, marcada para o estádio Newton Agibert, devido às exposições do árbitro Renato Vieira Júnior na súmula da partida entre Prude e Beltrão, na última rodada. No documento, entregue à Federação Parananese de Futebol, que seria repassado na noite de ontem para o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), Bôrtolo Escorsin, há citação de tentativa de agressão ao trio de arbitragem por parte de dirigentes do Prudentópolis. “Consta na súmula que o auxiliar Marcos de Oliveira teria recebido um chute, mas não soube precisar o nome do autor”, explicou o presidente da FPF, Onaireves Moura.
O dirigente garantiu que repassaria a súmula o mais rápido possível para o departamento jurídico, para que o parecer saia antes da partida do final de semana. “Não sou eu quem decide, mas se o TJD considerar o Prudentópolis culpado, eles terão que escolher outro estádio para mandar o jogo com o Paraná”, explicou Moura.
Se nessa ação o Prudentópolis é réu, em outra é o Beltrão que pode sair prejudicado em julgamento do TJD. O diretor do Prude, Nélson Boreiko, entrou com uma denúncia na FPF dando conta de que o atleta Alex Francisco Santos, do Beltrão, que atuou na partida contra o Prudentópolis e Malutrom, está com a situação irregular. “Pelo que nos consta, ele está vinculado ao futebol paraguaio”. Se a denúncia for verdadeira, o Beltrão perderá seis pontos e não terá como escapar do torneio da morte. Nessas condições, até mesmo um empate com o Prude classifica o Paraná, que tem quatro pontos e iria a cinco, contra quatro do Prude.
“Nesse caso, também é cedo para dizer qualquer coisa. No departamento de registro, Alex aparece como primário. Mas vamos checar com a CBF a sua situação e encaminhar o processo para o TJD”, concluiu Moura. Valdomiro Didoné, presidente do Beltrão, desconhece o vínculo de Alex com o futebol paraguaio. “Ele defendia o Foz e jogou contra nós no ano passado. Nós nos interessamos por ele e fechamos contrato, diretamente com o Foz”, disse.
Prudentópolis acusa Francisco Beltrão de suborno
Às vésperas do término da primeira fase do campeonato paranaense, uma insinuação de suborno e uma denúncia de escalação irregular de um jogador foram feitas pelo supervisor do Prudentópolis, Nelson Boreiko. O alvo foi o Francisco Beltrão. Os dois times, que disputam uma vaga na próxima etapa, empataram domingo, em Prudentópolis, por 1 x 1.
Após o jogo, jogadores e dirigentes do Prude queixaram-se da marcação de impedimento num gol do atacante Biro, aos 45 minutos do segundo tempo. O lance gerou pressão, até de torcedores, sobre o vestiário da arbitragem e isso pode custar um mando de campo na última rodada.
Nesta terça, em entrevista à rádio Banda B, Bureiko acusou o supervisor Natalino de Freitas, do Beltrão, de ter levado um pacote amarelo ao árbitro. “Temos fotos disso”, afirmou. O presidente do Beltrão, Valdomiro Didoné, rebateu a insinuação: “Seria falta de consideração ter dinheiro para árbitros, se ainda não pagamos 30% do salário dos atletas”.
Natalino confirmou que foi mesmo ao vestiário, antes e depois do jogo, com o tal pacote. “É um procedimento normal. Em todas as partidas, levo papeletas aos árbitros, com documentos dos atletas. No final, volto para pegá-los e verificar quem levou cartão amarelo ou vermelho”, defendeu-se.
Desconhecendo as acusações do adversário, Natalino disse que foi fotografado. “Mostrei o pacote para imprensa ver o que havia dentro dele”, afirmou.
Boreiko atirou também contra o meia Alex, que entrou no segundo tempo da partida. Ele não estaria inscrito na CBF. “Em setembro do ano passado, ele saiu do Calouros do Ar, do Ceará, e foi jogar num time paraguaio”, denunciou o representante do Prudentópolis.
Natalino conta que Alex está no clube, pela segunda vez, justamente desde setembro do ano passado. “Ele veio do Foz”, rebate. “Além disso, se ele não pode jogar por que a Federação teria nos enviado o cartão do atleta?”, pergunta.
Na rodada de domingo, o Prude vai receber o Paraná, torcendo pela derrota do Beltrão para o Coritiba. Primeiro, porém, precisa ganhar do Tricolor da capital.
Clodoaldo é a 1.ª vítima e não joga mais
O lateral-esquerdo Clodoaldo, do Grêmio Maringá, não apenas desfalcou o Galo, contra o Paranavaí, domingo, como não atua mais neste campeonato paranaense. O jogador foi suspenso do estadual por agressão ao volante Cuca, do Cianorte, há três semanas. A punição do jogador do Grêmio é de quatro meses. Como a competição só vai até abril, o lateral está fora da disputa, por ordem do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paranaense de Futebol, na última quinta-feira.
O alvinegro não enviou advogado para defendê-lo no julgamento. Mas há uma chance desta pena ser reduzida. Para isso, o alvinegro precisa recorrer ao mesmo Tribunal e provar que a agressão, apesar de violenta, não mereceria punição tão severa. O lance que condenou Clodoaldo deu-se na lateral do gramado, fora da disputa de bola.
Time
Para o jogo de domingo, contra o Roma, em Apucarana, o zagueiro Oséas e os volantes Bebeto e Di Marcellus, que estavam suspensos, devem voltar. O técnico Play Freitas ainda espera a recuperação do atacante, que estava contundido.
O Grêmio precisa da vitória para não cair para o “torneio da morte”, o quadrangular que vai decidir os dois rebaixados deste Paranaense. Mas, além de ganhar, terá de contar com tropeços de LEC, União e Nacional.