A campanha na Copa das Confederações enche o técnico Óscar Tabárez de orgulho. Claro que ele esperava estar disputando a final da competição neste domingo e não o terceiro lugar, mas o comandante do Uruguai vibrou com o reencontro de sua equipe com o bom futebol. “Conquistamos de volta as coisas que eram desse grupo, como a intensidade da nossa defesa e o grande espírito de equipe. Muitos jogadores atuam fora do país, são estrelas, mas entre o grupo isso não se nota. Não ganhamos nada, mas rebatemos algumas definições categóricas de fim do ciclo. Esse grupo está vivo e tem vontade de fazer coisas”, avisou o treinador neste sábado.
Depois de chegar às semifinais da Copa de 2010, na África do Sul, e vencer a Copa América no ano seguinte, o Uruguai começou bem as Eliminatórias Sul-Americanas, mas repentinamente teve uma grande queda de rendimento. “Nos surpreendeu muito o que aconteceu. Em setembro e outubro do ano passado começou o que continuou como um período de queda, com derrotas e goleadas. Isso é a realidade do futebol”, explica o treinador, citando as derrotas de 4 a 0 para a Colômbia, 3 a 0 para a Argentina, 4 a 1 para a Bolívia e o empate por 1 a 1 com o Peru.
Os resultados negativos diminuíram as chances de classificação para o Mundial no Brasil e colocou o grupo em xeque. “Temos os detalhes que estudamos para tentar buscar as coisas. O primeiro jogo que perdemos, deixamos para trás uma invencibilidade de 18 partidas. Depois perdemos em La Paz, e nós não temos experiência de atuar em 100 metros de altitude, aí fizemos alguns amistosos, como contra a Polônia, a seleção até deu um sinal de recuperação, mas dos seis pontos tivemos apenas um”, conta Tabárez.
A partir daí, o treinador passou a tentar entender a situação de maneira mais profunda e refletiu muito sobre o momento da seleção. “Vimos que as circunstâncias eram diferentes, tanto positivas como negativas, como um vento que nos empurra para frente e para trás. Mas sempre falamos de sair disso, com confiança de que poderíamos fazer. Contra a Venezuela, se não vencêssemos tudo iria embora, e essa satisfação de ganhar nos deu um grande ânimo para a disputa da Copa das Confederações”, diz.
Ele acredita que a seleção uruguaia mostrou no torneio que voltou aos eixos e isso dá otimismo para o futuro. “Os quatro jogos que temos pelas Eliminatórias são muito complicados (Peru, Colômbia, Equador e Argentina), mas contra o Brasil na semifinal também era e lutamos até o fim. Não sabemos se vamos conseguir a classificação, pois isso não é questão apenas de desejo. Mas o que aprendemos por experiência própria é que, se tem uma pequena luz no fim do túnel, temos de continuar trabalhando para fazer com que essa luz aumente para chegarmos até lá. Isso foi reforçado aqui.”