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Surpresos, clubes cogitam ir à Justiça contra o Esporte Interativo

Sete clubes brasileiros da Série A ganharam nesta quinta-feira um grande problema de última hora. Todos foram pegos de surpresa pelo anúncio do fim das operações do canal Esporte Interativo, com o qual haviam fechado acordo para transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro em TV fechada entre 2019 e 2024. A partir de agora os departamentos jurídicos das equipes começarão a analisar a situação – alguns já falam até em conseguir brechas para romper os contratos sem pagar multas rescisórias.

Os times da Série A afetados pelo fim do canal são Palmeiras, Internacional, Atlético-PR, Paraná, Bahia, Santos e Ceará. Todos haviam começado em 2016 o contato com o Esporte Interativo e não foram avisados previamente. A informação foi divulgada nesta quinta na página oficial da empresa no Facebook.

Quem já manifestou posição mais firme nos bastidores foram Bahia e Santos. Os dois times falam em buscar romper o contrato, pois já estavam descontentes com algumas das condições. Os demais avaliam o momento e, entre as atitudes, pensam em levar o questionamento sobre os contratos até a Câmara de Arbitragem, na Fundação Getúlio Vargas.

A decisão do canal de encerrar as operações vai fazer com que os jogos dessas equipes como mandantes no Brasileiro, assim como os da Liga dos Campeões transmitidos pelo Esporte Interativo, sejam transferidos para os canais TNT e Space. Ambos fazem parte do Grupo Turner, empresa norte-americana de mídia, controlador do EI.

“Se forem confirmadas as informações prévias que a gente tem, somadas aos problemas já identificados no contrato, o Bahia vai buscar a rescisão via arbitragem, tudo isso com as respectivas indenizações, para proteger o patrimônio e a imagem do clube”, disse o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani.

O clube que tinha o maior acordo com o canal era o Palmeiras, que não se manifestou. A equipe recebeu nos últimos anos R$ 100 milhões como prêmio pela assinatura do contrato. O montante pago às demais equipes era menor, de R$ 40 milhões.

A diferença entre os valores motivou as primeiras queixas dos times. Alguns se sentiram desprestigiados. Alegavam que a Turner inicialmente havia prometido valores iguais a serem repartidos entre quem assinasse o contrato.

Como os acordos foram assinados em 2016, alguns clubes tiveram eleições e trocas de diretoria, com os novos mandatários insatisfeitos com os contratos previamente firmados e dispostos a conseguir alterações.

Procurada, a Turner afirmou que não comentaria o caso porque os contratos com os clubes estão protegidos por cláusulas de confidencialidade. A empresa se compromete a cumprir todos os contratos.

SÉRIE B – O fim do Esporte Interativo também impacta em clubes das Série B e C. Coritiba, Ponte Preta, Sampaio Corrêa, Criciúma, Joinville, Paysandu, Fortaleza também haviam fechado contrato com o canal para transmissão de jogos a partir de 2019.

Para os clubes nordestinos o impacto pode ser ainda maior, pois a empresa transmitia também outras competições, como a Copa do Nordeste (contrato até 2022) e o Campeonato Cearense (acordo por mais duas temporadas) – para esses torneios, a empresa afirmou que “está procurando encontrar soluções para a exibição desses campeonatos”.

O vice-presidente do Fortaleza, Marcelo Desidério, disse que o clube se preocupa com o futuro da negociação, pois, de acordo com o canal em que as partidas dos torneios regionais são transmitidos, é possível fechar acordos mais vantajosos de patrocínio. “Nós temos ainda um contrato extra assinado em caso de acesso à Série A. Esperamos que eles cumpram o combinado. Nosso departamento jurídico está analisando o assunto”, afirmou o dirigente.

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