Oficialmente, a temporada brasileira de futebol começou há apenas dez dias, mas nesta quarta-feira (8) já temos um dia decisivo para muita gente. Por conta das mudanças de regulamento da Copa Libertadores da América e da Copa do Brasil, 36 times entram em campo para decidir se continuam ou não nas duas competições. É uma “superquarta”.
Claro que há os times menores, como o Murici, de Alagoas, o Luziânia, do Distrito Federal, o Altos, do Piauí, ou o São Raimundo, de Roraima. Mas também estarão em campo pela Copa do Brasil o Corinthians, o Vitória, o Sport e a Ponte Preta. E o Botafogo na Libertadores. E, claro, cinco equipes paranaenses jogando prestígio, dinheiro, a continuidade da temporada e os sonhos de 2017.
Furacão
E a atração maior da “superquarta” é, sem sombra de dúvida, o Atlético em Bogotá. O duelo da volta da segunda fase da Copa Libertadores, às 21h45, no El Campín, contra o Millonarios, é o jogo do ano para o Furacão. Vale a vaga no próximo mata-mata, vale muito dinheiro e vale todo o investimento feito no elenco. Não à toa a torcida está totalmente mobilizada para a partida.
Por isso, o técnico Paulo Autuori compreendeu que fazer um gol nesta quarta é decisivo. Afinal, o Furacão venceu o jogo de ida e, nesta “superquarta”, o empate e até mesmo a derrota por um gol de diferença, desde que marque pelo menos uma vez, classifica o Atlético. “Qualquer gol que façamos muda bastante o rumo da partida e, logicamente, muda favoravelmente a nós. Com inteligência, vamos procurar o gol do adversário”, disse.
Em campo, só uma dúvida, entre Carlos Alberto e Felipe Gedoz. E é grande a possibilidade de “Cazalbé” começar jogando, pelo que comentou Autuori na entrevista que deu em Bogotá. A partida entre Atlético e Millonarios terá transmissão da RPC para todo o Estado.
Coxa
Mais tranquilo depois de vencer o Paraná, o Coritiba chega na “superquarta” disposto a se impor diante do Vitória da Conquista, às 19h15, no Lomanto Júnior. “O time grande somos nós. Em todos os jogos que a gente entra, tem que pensar sempre na vitória”, avisou o atacante Rildo. Ele nem quis saber do regulamento da Copa do Brasil, que dá vantagem do empate ao visitante nas duas primeiras fases, agora disputadas em jogo único.
Essas novas regras, por sinal, não foram bem recebidas pelo técnico Paulo César Carpegiani. “Eu gostaria de ter a vantagem que o time da casa vai ter. É uma vantagem você jogar em casa”, reclamou. A preocupação do treinador é também a do clube, porque a Copa do Brasil é uma tábua de salvação alviverde, que não tem outro torneio no primeiro semestre, e não terá este ano a Copa Sul-Americana, por isso precisa seguir na competição.
Até por isso o discurso dos jogadores é de resolver a parada sem maiores riscos. “Todo jogo a gente tem que esperar a vitória. Não temos que vir para cá pensando em empate, mas temos que ter todos os pensamentos em vitória”, disse Juninho. No time, Ruy deve substituir Tiago Real e Neto Berola vai jogar, saindo Rildo ou Henrique Almeida.
Tricolor
Para o Paraná Clube, a “superquarta” é um dia D. Dia de seguir na competição que é prioridade no primeiro semestre, a ponto de um time misto ter sido escalado no domingo. Vale a Copa do Brasil e vale a grana que vem dela. “O jogo da Copa do Brasil vale muito financeiramente”, admitiu o presidente tricolor, Leonardo Oliveira. “O lado financeiro é muito importante”, completou o técnico Wagner Lopes.
Por isso o grupo do Tricolor foi preservado ao máximo para que pudesse enfrentar o São Bento nesta “superquarta”, às 20h30, no estádio Válter Ribeiro, em Sorocaba, no máximo de sua forma. Apenas o lateral Igor é dúvida por problemas clínicos, as dores musculares que sente desde antes do Paratiba. Se não jogar, joga Júnior. Outra dúvida é técnica, entre Gabriel Dias e Alex Santana na segunda posição do meio-campo.
Wagner Lopes quer manter o estilo ousado da garotada paranista no jogo em Sorocaba. “Eu almejo que meu time jogue, em casa ou fora, da mesma maneira, com os mesmos conceitos”, comentou. “Não se pode ter medo de vencer. Tem que buscar a vitória. Eu sempre penso em buscar a vitória em qualquer situação”, completou.
Interior
Além de Coritiba e Paraná Clube, mais dois times paranaenses representam o Estado na Copa do Brasil. Da mesma forma que Coxa e Tricolor, o Londrina é visitante, e por isso joga pelo empate nesta “superquarta” na cidade de Gurupi, no Tocantins, contra o time local. A partida começa às 21h30. Cláudio Tencati sabe que o Tubarão é favorito, mas quer que os jogadores aprendam a lição da derrota para o Toledo, pelo Campeonato Paranaense.
“Nós tínhamos o jogo na mão, demos um gol para eles e perdemos o jogo. Não podemos nos descuidar em momento algum”, afirmou o treinador. Lucas Ramón será o lateral-direito, mas há dúvidas na esquerda (Ayrton ou Igor Miranda) e no ataque (Fabinho ou Welisson). Apesar do desgaste, titulares como Marcondes, Germano, França, Rafael Gava e Safirinha estão confirmados.
Já o PSTC faz seu primeiro jogo em competição nacional em sua história às 20h30, no Ubirajara Medeiros, em Cornélio Procópio, contra o Ypiranga de Erechim. Diferente dos outros paranaenses, o time procopense não tem a vantagem do empate, que é do adversário gaúcho. O técnico Reginaldo Vital deve manter a base que empatou com o Atlético no último sábado, na Arena da Baixada.
