Jogadores repatriados, altos salários, bons resultados internacionais das seleções. Neste sábado, dia em que começa a 21.ª edição da Superliga Masculina, o vôlei brasileiro tem bons motivos para celebrar. Por outro lado, a insatisfação não é pequena. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) chegou a anunciar que a final seria decidida em três jogos, para depois recuar, por ordem da Rede Globo, proprietária dos direitos de televisionamento, que decidiu manter a decisão em jogo único. O calendário malfeito e a pequena visibilidade da modalidade na mídia são outros focos de queixas de jogadores e dirigentes da modalidade.

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Na opinião de Ricardo Navajas, supervisor do Funvic/Taubaté, o retorno de mídia proporcionado pela transmissão global não justifica que confederação e clubes se curvem aos interesses da emissora.

“Nunca ouvi nenhum dirigente de clube dizer que renovou um contrato de patrocínio só porque a final passa na Globo. Quem paga a competição são os clubes. Se a emissora não quiser transmitir em melhor de três jogos, devemos dizer obrigado e manter o formato de três jogos. Não recebemos nada da CBV. Não adianta me dizerem que a final da Liga dos Campeões (da Europa) é em jogo único. A Uefa distribui milhões de euros aos clubes. Aqui, o campeão recebe um troféu com um ‘S’ e uma bolinha na ponta”, compara.

O central Gustavo Endres, campeão olímpico em 2004 e hoje jogador do Vôlei Canoas (RS), também discorda do formato da decisão. “Na minha opinião, devemos fazer a final em melhor de cinco. Esse é o formato do Campeonato Italiano, que devemos copiar porque é o melhor do mundo e continuará sendo, apesar dos problemas financeiros.”

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O italiano Vittorio Medioli, dono do Sada/Cruzeiro, faz pesadas críticas à organização. “A CBV é uma lástima. Organiza a final em jogo único e fica com o dinheiro da bilheteria e outras receitas. A sobrevivência dos clubes fica muito difícil.”