O zagueiro Manoel e o atacante Guerrón continuam em férias e só devem se reapresentar no Atlético na segunda-feira. A dupla garantiu à diretoria que retorna na próxima semana, mas abriu espaço para especulações – principalmente, em relação ao defensor.
Mais uma vez Manoel aparece como alvo do Flamengo. No ano passado, o jogador foi pretendido pelo clube no começo da temporada. Em dezembro, surgiu novamente com um dos reforços pedidos pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Os boatos cresceram depois que vazou uma conversa entre o treinador e o empresário do jogador, Neco Cirne. Além de Manoel, Cirne gerencia também a carreira de Bolívar, zagueiro do Internacional – outro alvo de Luxa.
Bolívar era o preferido de Luxemburgo para reforçar a defesa do clube da Gávea, mas o jogador se reapresentou no Internacional e já participa da pré-temporada colorada em Gramado, no interior do Rio Grande do Sul. Na quinta-feira, o zagueiro declarou que tinha pedido para ficar no clube gaúcho. Com isso, Manoel, que era o plano B do Flamengo, volta a ser o principal nome. O próprio empresário sugeriu ao treinador flamenguista que Manoel seria boa opção para seu elenco. Mas por ora, nem no Atlético nem no Flamengo os dirigentes falam sobre a negociação. Por enquanto, o jogador segue como parte do elenco atleticano.
Manoel não é apenas um nome que agrada o Flamengo. Em dezembro, o Fluminense fez o primeiro contato com o Furacão, mas foi orientado a esperar pelas eleições para então abrir negociação. O Corinthians também já esteve próximo do defensor, assim como o próprio Internacional. Ainda que não tenha nada confirmado, Manoel renderia um bom dinheiro ao Atlético já nesse começo de temporada. A multa rescisória é de 4 milhões de euros (R$ 9.457 milhões). O valor pode aumentar se o zagueiro assinar novo contrato com o Furacão. Manoel tem vínculo estipulado até abril de 2014, mas estaria próximo de ampliar a parceria. A renovação do contrato foi anunciada por Neco Cirne, na semana passada, mas ainda não foi assinada. O empresário esperava definir a situação nos primeiros dias de janeiro.
Porém, ainda que o empresário apresente boa proposta, a saída do zagueiro não será fácil. O presidente Mário Celso Petraglia afirmou por diversas vezes, desde que assumiu o clube, que não quer se desfazer do zagueiro e de nenhum outro atleta que tenha surgido no Atlético. A postura pode fazer a novela de 2011 se repetir. No começo do ano passado, Manoel se recusou a voltar ao Atlético. Exigia ser negociado com um grupo de investidores que lhe teria oferecido um salário cinco vezes maior que o que estava recebendo. A oferta fez a então diretoria negociar um aumento salarial com o zagueiro, que se reapresentou depois do novo acordo.
Entre os mais multados
A diretoria do Atlético acatou o pedido de Manoel e Guerrón para que eles possam retornar das férias apenas na segunda-feira, mas a dupla não deve escapar de uma punição. O atraso de quase uma semana pode pesar no bolso do zagueiro e do atacante.
Multa, aliás, não é novidades para a dupla. No ano passado, por mais de uma vez, eles contribuíram com bons valores para a caixinha do clube. Manoel puxou a fila dos jogadores multados e ainda em fevereiro já tinha desembolsado parte do salário por duas vezes. A reincidência fez com que a diretoria aumentasse o percentual da multa.
A primeira delas aconteceu no final de janeiro, após a expulsão no jogo contra o Operário, pelo Campeonato Paranaense. Em fevereiro, um caso ainda mais grave: o jogador foi multado por ter levado uma jovem para o hotel onde o Atlético estava hospedado, em Rio Branco, no Acre, após o jogo com o time local na estreia pela Copa do Brasil. Em abril, a expulsão aos 8 minutos do Atletiba também custou ca,ro ao jogador. Mesmo se desculpando, teve de desembolsar mais uma parte do seu salário.
Guerrón começou as punições também em fevereiro, e também por problemas no clássico contra o Coritiba. O equatoriano teve de desembolsar parte dos seus vencimentos depois da expulsão no Atletiba da primeira fase do Campeonato Paranaense. Em julho, foi liberado para viajar ao Equador, mas atrasou seu retorno ao CT do Caju em um dia. Além da multa, o atacante foi retirado da lista dos relacionados para o jogo contra o Avaí, pelo Campeonato Brasileiro.
Mesmo com tantos problemas, os dois ainda não bateram o recorde de multas em 2011, que ficou com Madson. O meia-atacante rendeu dores de cabeça à diretoria com festas, bebidas no CT do Caju e atrasos, até que em outubro foi dispensado por indisciplina.