A Justiça da Suíça autorizou a extradição de Eugenio Figueredo, o ex-presidente da Conmebol preso em Zurique, para os Estados Unidos. A decisão ainda pode ser alvo de um recurso e os advogados de defesa avaliam os argumentos da Justiça para determinar se ainda valeria a pena questionar o caso. A decisão manda um sinal claro de que os demais cartolas, entre eles José Maria Marin, devem seguir o mesmo caminho.

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Marin e outros seis cartolas foram detidos no dia 27 de maio na cidade suíça e à pedido da Justiça norte-americana. Um dos dirigentes, Jeff Webb, aceitou de forma voluntária ser extraditado aos EUA. Mas os demais, entre eles Marin, optaram por questionar o processo. No caso de Marin, seus advogados apresentaram uma defesa baseada no fato de que não existia base legal para a extradição e que as provas eram “frágeis”.

Segundo o inquérito dos norte-americanos, Marin teria pedido que parte da propina relativa à Copa do Brasil fosse direcionada a ele, numa conversa gravada com o empresário José Hawilla. Ele também aparece quando uma das empresas que comprou os direitos para a Copa América indica a distribuição de propinas para os dirigentes sul-americanos.

Inicialmente, seus advogados indicaram que iriam recorrer da decisão. Mas, agora, montaram pelo menos dois cenários diferentes. Se sentirem que a sentença é “frágil”, um recurso de fato vai ser apresentado e vão recomentar a Marin que “aguente firme” na prisão por mais alguns meses.

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Mas, se os suíços derem sinais de que não estão dispostos a reconsiderar o caso, a defesa do brasileiro acredita que apresentar um recurso seria apenas “perda de tempo” e que apenas prolongaria a situação de Marin na prisão.

O brasileiro tem um apartamento em Nova Iorque e, pela lei, poderia negociar uma fiança milionária que o permitisse ficar em prisão domiciliar enquanto o julgamento ocorre. A extradição de Figueiredo também reforça essa perspectiva de que Marin será extraditado.

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Uma fonte que esteve recentemente com o brasileiro contou que o cartola está “ansioso”. Sem falar inglês ou alemão, Marin se comunica pouco na prisão. Ele passou os seus mais de três meses encarcerado apenas lendo. Para garantir que o preso de 84 anos não se sentisse isolado, seus advogados organizaram uma agenda de três visitas semanais, apenas para manter ocupado seus dias.

Quem esteve com ele conta que já não fala mais de futebol, não pergunta nem da seleção brasileira e nem do São Paulo, seu time. Ri pouco, anda sério e de cabeça baixa e apenas abraça quem o visita. Os visitantes ainda tentam animar o cartola com histórias e dizem que o foco no Brasil já mudou para a CPI do Futebol e a situação de Marco Polo Del Nero.

Para testar se ele não entraria numa depressão ou lapso de memória, seus advogados ainda mandam perguntas para avaliar suas respostas.