Suely alcançou recorde de 24,3m
no terceiro arremesso.

Atenas, Grécia (das agências) – O Brasil conquistou ontem sua nona medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos de Atenas. Atleta mais experiente da delegação brasileira, Suely Guimarães terminou em primeiro lugar no arremesso de disco na classe F56, que reúne competidores amputados.

Aos 46 anos, Suely fez um total de 1.138 pontos e, em seu terceiro arremesso, estipulou o novo recorde paraolímpico da modalidade: 24,3m. Foi a terceira medalha olímpica da atleta, que estreou com ouro em Barcelona (1992) e levou o bronze em Atlanta (1996).

Com a unificação das classes F56, F57 e F58, quem conquistou a medalha de prata foi Ling Li, da China. A iraniana Azam Khodayari ficou em terceiro lugar. Ambas as atletas são da classe F57.

Quem saiu perdendo com as mudanças no regulamento foi Roseane dos Santos, a Rosinha. Com duas medalhas de ouro conquistas em Sydney (2000), ela estabeleceu o novo recorde mundial em Atenas, com 31,73m. No entanto, terminou em sexto lugar.

O Brasil agora soma 21 medalhas nos Jogos Paraolímpicos – nove de ouro, oito de prata e quatro de bronze – e já ostenta sua melhor campanhas na história da competição.

Emoção

“Se a gente não sonha a gente pára de viver.” Com esta frase, a pernambucana Suely Guimarães resume toda sua filosofia de vida. Garra, determinação e esperança não faltam para a mais velha entre os atletas brasileiros que estão em Atenas. Ouro em Barcelona e bronze em Atlanta no lançamento de disco (categoria F57), a jornalista e relações-públicas conquistou o bi paraolímpico. “Essa vitória é importante para mostrar que o esporte paraolímpico está com muita visibilidade. Ofereço essa medalha a minha mãe, ao técnico Gilberto Freire, ao Dietmar, médico que operou meu joelho antes de eu vir para cá. O melhor de tudo isso é superar a mim mesma”, afirmou a medalhista emocionada, que aos sete anos de idade perdeu as duas pernas por ter sido atropelada por um motorista embriagado. Gilberto elogiou a participação das duas atletas brasileiras: “as duas mostraram o resultado de um bom trabalho”.

Ainda faltam três dias para os jogos terminarem e muitas provas com chances de medalhas para o Brasil, no Atletismo e na Natação, e uma prata já garantida no Futebol de 5 (para cegos).

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