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Sucesso do Corinthians vem da forma democrática com que Carille comanda o grupo

Campeão do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, o Corinthians faz uma campanha que surpreende até os jogadores e a comissão técnica do clube. Vários são os argumentos para o sucesso alvinegro, mas o ponto central da engrenagem alvinegra é a forma democrática e humilde com que o técnico Fábio Carille comanda a equipe.

O jornal O Estado de S.Paulo conversou com diversas pessoas no clube para tentar explicar o sucesso do Corinthians. Existe uma espécie de democracia corintiana, onde o chefe (Fábio Carille) tem o grupo na mão sem precisar dar bronca ou denegrir a imagem de ninguém. Pelo contrário, ele dá espaço para os jogadores falarem e aceita várias sugestões.

Vale ressaltar, porém, que os jogadores, ao contrário do histórico movimento criado na década de 80 e organizado por Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon não se envolvem em política ou qualquer questão extracampo. Todos os atletas têm um relacionamento distante com os dirigentes. Cabe ao gerente de futebol, Alessandro, ex-jogador do clube, a missão de conversar com eles quando algo sai dos trilhos.

Fábio Carille, que também evita se envolver em assuntos financeiros, conta com os auxiliares Fabinho, Osmar Loss e Cuca e o preparador físico Walmir Cruz como seus confidentes, mas gosta de ouvir e dar espaço para os atletas falarem. Cássio, Balbuena, Jô e Rodriguinho são alguns dos que têm maior liberdade com o comandante.

O bom relacionamento e a confiança nos atletas mais experientes ajudam o treinador a manter o time com os pés no chão em meio a boa fase. “Temos um grupo consciente em que os jogadores me ajudam muito. Não adianta só o técnico falar. Jô, Cássio e Rodriguinho participam bastante e os jovens sabem onde estão e onde querem chegar. Sou direto, sou verdadeiro com eles e isso ajuda no trabalho”, disse Fábio Carille.

Dentro de campo, o técnico tenta levar um pouco de Mano Menezes e de Tite para seu time. Ele foi auxiliar de ambos em suas passagens pelo clube e aprendeu muito com a dupla. Como gosta o atual treinador da seleção brasileira, o comandante corintiano prioriza uma formação organizada defensivamente, mas que sabe sair rapidamente em contra-ataques, como as equipes do treinador do Cruzeiro. “Muitas vezes o adversário tem mais a bola no pé, a gente vai lá, cria uma chance e ganha o jogo”, resumiu o lateral-esquerdo Guilherme Arana.

Os dois sistemas combinados fizeram o time superar a segunda maior série invicta de sua história – o Corinthians somava 32 jogos de invencibilidade antes do jogo deste sábado contra o Sport. Para não deixar seu esquema ficar “manjado” pelos adversários, a comissão técnica tem adotado uma postura curiosa. Eles passaram a observar o Corinthians como se estivessem do outro lado e buscaram falhas que poderiam ser exploradas pelos adversários.

Algo que pode passar despercebido por muitas pessoas, mas é aprovado pelos jogadores, é o fato de Fábio Carille não gostar de fazer mistério. Se ele perdeu um titular, na hora o substituto já fica sabendo que vai jogar. “Isso é bom, pois a gente se prepara mais focado”, explicou Kazim.

AMIZADE – O sucesso corintiano passa também pelo bom relacionamento entre os jogadores. O atleta que chega já entra no clima descontraído e brincalhão do elenco. No início do ano, o zagueiro Balbuena criou um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp em que só os jogadores participam. Nele tem de tudo, menos coisa séria. Vale piadas, apelidos para companheiros, comentário de uma jogada que chamou a atenção – para o bem ou para o mal. Membros da comissão técnica, inclusive Fábio Carille, não entram. É uma forma dos atletas se sentirem mais soltos para brincar.

“Nosso grupo é muito legal. Tem horas que a gente não está na concentração para um jogo e dá vontade de se reunir só para a gente ficar junto, rindo e tirando sarro”, disse Gabriel.

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