A partida mais decisiva do Paranaense 2009 até agora será jogada esta tarde, longe dos gramados, no Rio de Janeiro. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julga, a partir das 13h30, o caso que definirá a tabela da segunda fase do estadual.

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Em “campo”, nada de bola, jogadores ou árbitros. E nem sinal de torcida nas arquibancadas. O “palco do espetáculo” será o plenário do 15.º andar do edifício Barão de Javari, na Rua da Ajuda, centro do Rio. E os “artistas”, advogados, auditores, procuradores e cartolas.

A disputa será um clássico dos bastidores do esporte na terra das araucárias. O Atlético enfrenta a Federação Paranaense de Futebol (FPF), num embate envolvendo o artigo 9.º do regulamento. Em jogo estão os mandos de campo na etapa final do campeonato.

A norma que rege o estadual dá ao clube melhor classificado na primeira etapa os mandos de jogos na segunda fase. O Furacão, classificado em primeiro lugar, reivindica o direito de jogar em seu estádio as sete partidas decisivas da competição.

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A FPF diz que o regulamento não reflete o combinado pelos clubes em arbitral. A fórmula defendida pela entidade dá aos quatro melhores na fase inicial quatro mandos na decisão, e três aos demais classificados.

A rivalidade entre a dupla Atletiba também é destaque. O estopim que levou o Rubro-Negro ao tribunal foi a tabela divulgada pela FPF, que marcou o confronto entre os dois melhores da primeira fase para a casa do segundo colocado. Ou seja, se a versão da entidade for confirmada, o clássico será novamente no Alto da Glória.

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O clube da Baixada ainda propôs um acordo. Aceitaria jogar quatro partidas em seu estádio, contra 2.º, 3.º, 4.º e 5.º colocados. A proposta foi rejeitada pela FPF e ignorada pelo Coritiba que, ao contrário do Furacão, cultiva boas relações com a diretoria da entidade.

Apostas

Não é seguro arriscar palpites sobre o resultado do confronto de hoje. Fundamentado no Estatuto do Torcedor, que proíbe mudanças no regulamento após sua publicação definitiva, o Atlético está confiante em uma vitória.

A FPF se apega ao testemunho dos clubes alinhados, que sustentam que houve um erro na redação do regulamento. A fórmula defendida pela entidade teria sido aprovada por todas as equipes, em um pré-arbitral realizado em setembro de 2008.

A expectativa é de um julgamento longo e movimentado, com acusações quentes de ambos os lados. Suspeitas de que o testemunho dos clubes teria sido dirigido pela FPF já foram levantadas pela procuradoria do STJD. Enquanto isso, a entidade levanta a suspeição do procurador-geral Paulo Schmitt, por já ter exposto opinião favorável ao Atlético.

Desdobramento

Seja qual for a decisão do tribunal, a previsão é de mais confusão. A primeira rodada da segunda fase está marcada para o próximo final de semana e uma alteração na tabela, caso necessária, será feita em cima da hora, ameaçando os prazos estabelecidos em lei.

Se a posição da FPF prevalecer, é grande a possibilidade de o caso chegar à Justiça comum, através de qualquer cidadão. Afinal, ficará caracterizada uma alteração no regulamento, o que é vetado pelo Estatuto do Torcedor, uma lei federal.