SOS financeiro para o Pan

As contas dos Jogos Pan-Americanos de 2007 estão prestes a entrar no vermelho e o rombo pode ameaçar a realização do evento. O prefeito Cesar Maia disse, na sexta-feira, que precisa de R$ 150 milhões para concluir obras na Barra da Tijuca, necessárias para garantir a infra-estrutura dos jogos. Ele admite que, caso não consiga os recursos, seja com a União, o governo do Estado ou com a iniciativa privada, existe o risco de a cidade perder o evento para outra. "A prefeitura não tem recursos para realizar o Pan. Mas o País tem. Se não conseguirmos as parcerias para a promoção do Pan, ele não será realizado", disse Cesar.

Segundo o prefeito, a Organização Desportiva dos Jogos Pan-Americanos (Odepa) tem alternativa no caso de fracasso do Rio. Ele lembrou que San Antonio, no Texas (EUA), que disputou com o Rio a indicação para a sede, já tem pronta a infra-estrutura para os jogos.

O orçamento não fecha devido aos gastos com a Vila Pan-Americana, em construção na Avenida Ayrton Senna, onde ficarão os sete mil atletas. Até outubro de 2004, o planejamento da prefeitura não previa investimentos no local. Cesar esperava que a vila, localizada num terreno da Construtora Agenco, fosse toda financiada pela Caixa Econômica Federal (CEF).

A instituição, porém, liberou para a Agenco R$ 189,4 milhões, dinheiro que dá apenas para construir as fundações e os 17 prédios previstos no projeto. Para liberar o dinheiro, a CEF ainda exigiu da construtora garantias de que haveria recursos para fazer a infra-estrutura restante, como ruas internas e acessos. Para evitar mais atrasos no cronograma das obras, Cesar decidiu que seria o avalista.

Em outubro, a previsão de gastos na vila era 50% inferior: R$ 100 milhões. Mas Cesar acreditava que poderia conseguir reduzir o valor após o projeto ser revisto pela prefeitura.

Vistorias posteriores mostraram que o orçamento estava subestimado devido à qualidade do terreno. A Vila Pan-Americana será erguida sobre o que hoje é um pântano, formado por uma camada de material orgânico em decomposição que tem cerca de oito metros de profundidade.

"Em alguns trechos, teremos que pôr estacas até uma profundidade de 30 metros para chegar a um terreno estável. Somente a partir de então será possível iniciar as obras, como o asfaltamento das ruas internas da vila", explica o coordenador-geral de Obras da prefeitura, Alexandre Risso.

Rosinha oferece dinheiro

Adriana Chiarini

Rio (AE) – O governo do Rio poderá fornecer recursos para a Prefeitura carioca preparar a cidade para sediar os Jogos Pan-Americanos em 2007. "Estamos equilibrados financeiramente, e posso ajudar o prefeito. Não podemos deixar o Pan sair do Rio de forma alguma", disse a governadora Rosinha Garotinho.

De acordo com ela, em agosto de 2004 foram decididos os investimentos que caberiam ao governo federal, ao estadual e à Prefeitura para a realização do Pan. Agora a administração do município estaria com dificuldades para arcar com os custos do que se comprometeu a fazer, segundo alegou na sexta-feira o prefeito Cesar Maia (PFL).

"A parte do governo está sendo cumprida, e muito me estranha o fato de o prefeito, depois de tanta promessa, vir agora dizer que não tem recursos. Pois nós temos e estamos dispostos a ajudar", afirmou.

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