Leipzig (AE) – O Brasil já era considerado, de longe, o favorito para ganhar a Copa do Mundo em 2006. E, depois do sorteio de sexta-feira, em Leipzig, passou a ser candidato ainda mais forte, dizem os europeus. De acordo com Franz Beckenbauer, ídolo alemão e presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo, o ?grupo foi bom para o Brasil e dará oportunidade para que a equipe evolua durante a competição, sem precisar se preocupar em começar a disputa lançando mão de 100% de seu potencial?.
A mesma opinião tem o holandês Guus Hiddink, técnico da Austrália, um dos adversários brasileiros da primeira fase. Hiddink acredita que ?a qualidade técnica do Brasil não deverá permitir surpresas no Grupo F?. Mesmo que tropece uma vez, o time de Carlos Alberto Parreira não vai deixar de se classificar. Não perderá pontos em mais de um jogo, avalia o holandês, semifinalista das últimas duas Copas do Mundo – em 1998 com a Holanda e em 2002 com a Coréia do Sul. Hiddink também chegou à semifinal da Copa dos Campeões da Europa no ano passado, com o PSV Eindhoven, mas acha difícil ir tão longe na Alemanha.
O Brasil é muito superior a seus rivais no Grupo F: Austrália, Japão e Croácia. Os números dão clara idéia da diferença entre as seleções. O retrospecto contra os japoneses aponta cinco vitórias e dois empates, com 16 gols marcados e apenas 3 sofridos. Diante da Austrália foram 3 vitórias, uma derrota e um empate, com 9 gols feitos e apenas um sofrido. O único resultado negativo ocorreu na Copa das Confederações de 2001, em que os brasileiros usaram um time completamente reserva. O histórico diante dos croatas é mais modesto. Foram dois empates por 1×1 em jogos amistosos.
Parreira tem consciência de que a seleção só não avançará às oitavas-de-final se for muito mal, se não levar a sério os rivais. Por isso, após o sorteio, na noite de sexta-feira, agradeceu a ?mãozinha? dada por Pelé, que mandou a Croácia para o Grupo F. ?Somos muito melhores tecnicamente, só que, se entramos achando que já ganhamos, podemos levar um tombo feio.?
Caminho perigoso
Os brasileiros realmente não podem se queixar dos confrontos da primeira etapa do mundial, mas têm motivos para se preocupar com as fases eliminatórias. Tudo indica que, a partir das oitavas-de-final, o caminho será bem mais difícil do que o percorrido em 2002 pelos comandados de Luiz Felipe Scolari.
Na Coréia e no Japão, o Brasil pegou dois adversários de pouca tradição a partir das oitavas-de-final: Bélgica, nas oitavas, e Turquia, na semifinal. Na Alemanha, pelo que sugere a tabela, os quatro jogos eliminatórias – isso se o Brasil chegar até a final – serão diante de rivais bem mais perigosos. Tudo indica que, nas oitavas, o oponente será Itália ou a forte República Checa, semifinalista da Eurocopa de 2004. Nas quartas, a probabilidade maior é de que dê Brasil x Espanha ou até França.
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